O tema mais discutido na atualidade tem sido a saúde, ainda mais impulsionado pelo cenário atual da pandemia causada pela Covid-19. Entre os diferentes novos temas acoplados ao novo momento, está a aplicação da telemedicina e também como os planos e protocolos do setor têm sido abordados para a segurança dos consumidores.
O quanto a experiência digital no sistema de saúde irá estabelecer novas medidas médicas, em procedimentos e na formação de planos do setor para os pacientes? No segundo dia de A Era do Diálogo 2020, Renato Velloso, CEO do dr. Consulta, Ana Elisa Siqueira, CEO da GSC – Integradora de Saúde, José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), e Jacques Meir, diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão, discutiram, entre outros temas, se a telemedicina é de fato uma prática que veio para ficar.
Legados da pandemia para a saúde
“A telemedicina veio para ficar, sim” afirma Cardoso logo na sua primeira participação no painel
A afirmação também também foi compartilhada por todos os outros participantes do painel.
Cardoso, que ao longo da carreira na saúde migrou para os setores administrativos, aponta que a última regulamentação da telemedicina é de 2002. Ele aponta também que a tecnologia que temos à disposição atualmente facilita a disseminação deste formato de atendimento à distância.
O governo federal aprovou uma medida provisória (Lei Nº 13.989), em 15 de abril de 2020, que permite o uso da telemedicina, durante o período da pandemia. A MP aponta que entende-se como telemedicina “o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde.” Além disso, ela também indica que, “o médico deverá informar ao paciente todas as limitações inerentes ao uso da telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta.”
O atual CEO da startup dr. Consulta afirmou ainda que com o uso de prontuários eletrônicos e clínicos, sustentados por novas tecnologias, é possível realizar uma consulta de alta qualidade. Segundo Cardoso, a empresa já realiza 2.000 consultas por telemedicina diariamente, sendo que 20% são com pacientes acima dos 60 anos.
Há um ano, o IESS começou a verificar as utilizações da telemedicina em outros países. E o resultado foi a confirmação de que este método leva a saúde para pessoas que estão longe das unidades de saúde e tecnologia mais modernas. “Ela [telemedicina] vem para levar a tecnologia à lugares afastados e os médicos decidem se querem se valer deste recurso de consulta à distância ou não. Mas para muitas pessoas isso é resolutivo”, comenta Cechin.
Precauções no uso da telemedicina
Na visão da CEO da GSC – Integradora de Saúde a nova metodologia de atendimento não serve para qualquer especialidade ou momento. E alerta:
“A gente tem que aprender a fazer a jornada deste usuário fisital mesmo. Então, quando é que ela tem que ser física e quando é que ela tem que ser digital”, comenta Siqueira.
A executiva e médica também pontuou a necessidade de prestar atenção para que não aconteça uma deterioração na relação entre médicos e pacientes, para que a relação esteja no centro do cuidado, tanto na monetização do serviço quanto na construção do relacionamento.
Quer saber o que mais foi discutido sobre a saúde personalizada, uso de dados na jornada do paciente e o protocolo médico? Assista ao vídeo abaixo na íntegra.
Assista ao segundo dia de A Era do Diálogo:
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