Como a tecnologia e a ciência de dados estão transformando a gestão de saúde? Esse foi o tema do Webmeeting realizado ontem pela SantéCorp, empresa do Grupo Fleury dedicada a soluções tecnológicas para coordenação de cuidados em saúde, com o apoio do Global Summit Telemedicine & Digital Health.
Embora a pandemia tenha acelerado de vez o uso de canais digitais na área médica, os especialistas enfatizaram que ainda exista um longo caminho a percorrer. “Temos observado que o sistema de saúde sofre por conta de sua fragmentação. Existem muitas ações isoladas, mas ao final há uma dificuldade de integração de dados que impede que seja feito algo coordenado em prol da saúde da população”, disse Eduardo Oliveira, CEO da SantéCorp.
Oliveira explicou que, para existir uma integração efetiva das informações, é essencial que os dados captados por diferentes players, como operadoras de saúde, ambulatórios e programas de saúde, que atuam, por exemplo, com pacientes crônicos, sejam transferidos para uma mesma base. Desta forma seria possível analisar dados de forma analítica preditiva e personalizar os serviços de acordo com o paciente, além de atuar de forma preventiva. “Isso permite trazer o indivíduo para o centro do cuidado e, com isso, coordenar melhor a saúde dele,”, explicou.
Digitalização na saúde
Jeane Tsutsui, diretora-executiva do Grupo Fleury, enfatizou que a digitalização da saúde não é de hoje. O tema já vinha ganhando destaque antes da Covid-19. “É um mercado crescente, a estimativa, antes mesmo da pandemia, era de que mais de 6,1 bilhão de pessoas tivessem smartphones ou tablets com acesso a aplicativo de saúde em 2020. Essa visão de integração e cuidado coordenado com a saúde do paciente está na pauta de todo o mundo que busca vencer os desafios de saúde”, explicou.
Entretanto, para que a digitalização funcione, Paulo Lotufo reitera que o fortalecimento do papel do médico é crucial. Isso porque muitos profissionais da área têm receio de que o avanço dos sistemas digitais afete o futuro da profissão, o que não deve ocorrer, na visão de especialistas “Temos que ganhar a confiança do profissional. Ele é quem trata da saúde individual das pessoas e sabe, portanto, o que é melhor para o paciente”.
Nesse sentido, o Fleury desenvolveu a plataforma de telemedicina “Cuidar Digital”, para que os médicos possam oferecer consultas online aos pacientes. Qualquer profissional pode usar o canal gratuitamente. O objetivo é aproximar os pacientes dos médicos, principalmente nesse momento de isolamento social. “As doenças crônicas, por exemplo, continuam e o paciente precisa manter contato com o seu médico. A telemedicina, portanto, é uma ferramenta que veio para ficar, mas que não vai substituir o atendimento presencial. Ela é um complemento”.
O Grupo também lançou, recentemente, o programa “Cuidado Integrado para Empresas”, para dar suporte às organizações que estão retomando as atividades após a quarentena, e um aplicativo que permite as empresas rastrearem funcionários que estão com sintomas da Covid- 19 e identificar ainda com quais pessoas tiveram contato na empresa. “O propósito é ajudar as empresas a construírem um ambiente seguro e passar confiança para que os funcionários voltem ao trabalho”.
Jeane acrescentou, por fim, que a integração de dados não eliminará os cuidados com a privacidade de informações sobre a população. “Os dados pertencem aos indivíduos. As informações são usadas para o bem do paciente, mas desde que haja o seu consentimento”, concluiu.
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