O cenário global do comércio eletrônico tem sido marcado por um aumento expressivo de fraudes, com perdas estimadas em US$ 41 milhões em 2022. As projeções para 2023 são ainda mais preocupantes, com especialistas prevendo que as perdas podem superar os US$ 48 bilhões. De acordo com a Mastercard, com dados da Juniper Research, a previsão é que, até 2027, as perdas acumuladas com fraudes de pagamentos online a nível mundial serão superiores a US$ 343 bilhões.
A nível Brasil, os números também são expressivos. Só em 2023, aconteceram 3,7 milhões tentativas de fraude. Somados, o valor das tentativas chegam a R$ 3,5 bilhões, com um ticket médio de R$ 925,44. Os dados são do Mapa da Fraude 2023, elaborado pela ClearSale.
“O ticket médio das tentativas de fraude em 2023 foi duas vezes maior que o ticket médio dos pedidos legítimos. Este e os outros dados apresentados mostram o impacto da fraude diretamente no bolso da sua empresa e na experiência do cliente, que é um dos maiores preditores de sucesso de longo prazo das empresas. Então aproveite esse estudo que a gente traz com muito carinho e satisfação para o mercado”, pontua Sarah Zilenovski, diretora de Market Strategy na ClearSale.
Categorias mais fraudadas
Normalmente, o fraudador terá o foco em um produto de valor agregado alto e com facilidade em ser revendido em mercados ilegais. Por isso, o celular é o objeto preferido. Porém, entre as categorias que mais sofreram tentativas de fraudes em 2023 vão desde os smartphones aos itens esportivos. As 10 categorias que sofreram maior tentativa de fraude no comércio eletrônico são: celular (228,1 mil); Telecom (221,6 mil); beleza (208,2 mil); tênis (172,7 mil); utilidade doméstica (141,8 mil); esportes (141,7 mil); móveis (119,6 mil); TV/monitor (119,6 mil); geladeira/freezer (73,9 mil); e games (70,3 mil).
Fatores escolhidos para as tentativas de fraude
Alguns fatores estão relacionados às tentativas de fraudes, entre eles, a idade. O estudo mostrou que as pessoas com idade acima de 51 anos têm seus dados mais utilizados quando é tentado um golpe (1,8%). Ao mesmo tempo, a faixa etária de até 25 anos é a mais afetada pelos fraudadores, com um percentual de 1,9% em relação ao total de pedidos.
O período do ano também contribui para o aumento nas tentativas de golpe. O levantamento mostra que, em janeiro, foi quando aconteceu a maioria delas (375,1 mil). Nota-se no estudo que nas datas comerciais também acontece um aumento nas investidas dos fraudadores, como por exemplo em março (367 mil), mês que marca o Dia do Consumidor, e novembro (334,9 mil), quando acontece a Black Friday. Os meses que aparecem a seguir são agosto (327,5 mil) e maio (314,4 mil), respectivamente, quando acontecem Dia dos Pais e Dia das Mães. Porém, em 2023, o maior número de tentativas de fraudes aconteceu no mês de janeiro, quando foram registradas 375,1 mil.
Já quanto aos dias, nota-se que o maior volume de fraudes estão concentrados no meio da semana. Terça-feira (621,3 mil) foi o dia com o maior número de tentativas, seguido de perto pela quarta-feira (621,1 mil) e, logo na sequência, a quinta-feira (597,6 mil). Já os finais de semana têm a menor recorrência de aplicação de golpes. Enquanto o número absoluto de tentativas de fraude acontece com maior frequência durante o período da tarde, entre meio-dia e 18h, o percentual de tentativas em relação ao número de pedidos é maior na madrugada, entre 2h e 4h.
Meios de pagamentos
O cartão de crédito é líder disparado nessa categoria, com 3,4 milhões de tentativas de fraudes em 2023. O valor poderia chegar a R$ 3,4 bilhões. Em seguida, e com grande distância, aparecem os boletos, com 121,7 mil ocorrências de aplicações de golpes, que somam R$ 13,1 milhões. Na terceira colocação, o vale, com 56,8 mil tentativas. Porém, nesse caso, o valor supera o da segunda posição: R$ 19 milhões.
“Os dados mostram que temos que pensar em estratégias holísticas de prevenção à fraude, que não se concentrem em um único meio de pagamento e saber que nenhum deles é 100% à prova de fraudadores. Devemos observar as tendências de mercado e outros recortes, como risco de meios de pagamento por região, que você vai ver mais adiante no estudo”, reforça Sarah.
O que fazer para evitar fraudes?
De acordo com a Mastercard, quando se trata de lidar com as ameaças de fraude no comércio eletrônico, é crucial adotar uma abordagem abrangente para sua estratégia de prevenção. 70% das empresas utilizam três ou mais ferramentas para equilibrar os esforços de prevenção de fraudes no comércio eletrônico e garantir uma experiência tranquila para o consumidor em todos os pontos de contato.
Ao implementar as melhores ferramentas e recursos disponíveis, como algoritmos de aprendizado de máquina, tecnologias de IA, habilidades de avaliação de risco, análise de comportamento e redes de dados abrangentes, os comerciantes podem tomar decisões rápidas e confiantes sobre os consumidores, desde a integração até as transações. É essencial listar apenas as soluções que não afetem negativamente os clientes fiéis. A escolha certa de solução de verificação de identidade deve sempre considerar a experiência do consumidor, otimizando seu fluxo de trabalho de acordo com o perfil de risco de fraude.
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