Com mais de 50 milhões de usuários ativos por mês, o Tinder segue como referência quando o assunto é relacionamento digital. Mas, agora, sua relevância passa por uma nova peneira: compreender formas autênticas de se conectar que dão match com a Geração Z – público que já representa mais da metade da base da plataforma.
“Mais do que flertes e curtidas, os jovens buscam clareza, respeito, autenticidade e liberdade para viver o afeto do seu jeito”, avalia José Diogo Rodrigues, diretor de Marketing do Tinder para América Latina e Canadá.
Neste Dia dos Namorados, o executivo compartilhou ainda mais no bate-papo que você confere agora com a Consumidor Moderno. Saiba como o aplicativo usa dados para acompanhar novas tendências, transformar comportamentos em estratégias, e desenvolver campanhas com propósito.
Geração Z e o amor sem roteiro fixo
Consumidor Moderno: José Diogo! Love’s in the air! Estamos publicando essa entrevista no Dia dos Namorados. Nesse cenário: como o Tinder entende e ressignifica essa data para o público GenZ?
José Diogo: Sabemos que essa é uma data em que as conversas sobre relacionamentos estão em alta em todos os círculos. E isso, naturalmente, gera mais curiosidade, desejo de conexão e engajamento dentro dos aplicativos de relacionamento.
Para a GenZ, em específico, o Dia dos Namorados gera uma pressão maior – há todo aquele ideário de que “você precisa achar alguém pra não passar essa data sozinho”.
Mas a gente vem com leveza: nosso objetivo é tirar essa pressão e oferecer um espaço onde você possa encontrar pessoas com os mesmos interesses, para o amor de uma vida ou de uma noite – sem pressão do que vai acontecer lá na frente.
Vemos um movimento dessa geração em ressignificar o amor de forma própria, valorizando autenticidade, afeto genuíno e liberdade. No Tinder, isso se traduz em conexões que podem virar amizade, flerte, parcerias ou relacionamentos sérios, sem fórmulas prontas.
CM: Muito se fala que, para a Geração Z, trair digitalmente pesa mais do que flertar no presencial. Vocês percebem esse comportamento? E, na sua visão, o que explica essa nova escala de “gravidade” nas relações?
A palavra da nova geração é “respeito”. Tudo o que for acordado entre casais deve ser a regra. Esses acordos prévios é que definem os limites e ajudam a evitar rupturas de confiança.
Temos visto usuários mais intencionais e seguros do que querem, em busca de conexões alinhadas às suas necessidades. O bloco “Explorar” do app permite que o usuário diga exatamente o que procura – de um “Relacionamento Não Monogâmico” a um “Namoro Sério”. No fim, trata-se de criar relações com significado, baseadas em consentimento, clareza e respeito mútuo.
Dados que revelam intenção
CM: Como os dados ajudam a plataforma a entender e antecipar o comportamento dessa geração – especialmente no que diz respeito a relacionamentos e formas de conexão?
Apostamos no uso dos dados para entender tendências, desejos e traduzi-los na plataforma. A partir das bios, dos interesses, ou dos tipos de relacionamento selecionados, conseguimos identificar padrões que nos ajudam a evoluir a jornada de dating.
As bios, inclusive, são um bom exemplo. Ao entender que o usuário quer se mostrar mais, adicionamos novos campos como signo, teste de personalidade, perguntas, intenção no app, gêneros e orientações.
Tudo isso para oferecer experiências mais conectadas com a realidade do nosso usuário, com mais controle, curadoria e filtros de qualidade.
CM: Com tanta gente falando no chamado “brain rot” e o cansaço das redes, você acredita que estamos voltando a valorizar encontros ao vivo e conexões com mais profundidade?
Sem dúvidas. A conversa sobre intencionalidade e conexões autênticas vem crescendo. E isso se reflete em escolhas mais conscientes, que muitas vezes começam no online e ganham vida no offline.
Nosso grande objetivo é fazer com que as pessoas se encontrem fora da plataforma. Os dados do Year in Swipe (relatório anual do Tinder) mostram isso: trilhas, passeios de bicicleta e piqueniques apareceram entre as atividades preferidas para um date. O digital é o ponto de partida, mas o objetivo é viver histórias reais.
Estratégias guiadas por comportamento
CM: Quais tipos de dados ou comportamentos chamaram mais atenção recentemente e levaram a adaptações na estratégia do app?
O resumo é: conexões autênticas e intencionais. O Year In Swipe mostrou que 2025 é sobre clareza, conexão e espontaneidade. As pessoas querem abrir o jogo sobre seus interesses, valorizar o inesperado e até curtir mini relacionamentos.
Segundo dados globais do Tinder, 69% querem algo sério, 14% optam por não monogamia consensual e 22% estão abertos a experimentar. Por isso, criamos novos blocos no ‘Explorar’ para permitir que o usuário declare sua intenção – algo sério, aberto ou apenas explorar.
Esses insights também impactam campanhas. Foi a partir da preferência por encontros diurnos, por exemplo, que lançamos a campanha “Horário Tinder de Verão”, com ativações dentro e fora do app.
CM: Como foi o processo criativo e estratégico por trás dessa campanha?
Ela nasceu do entendimento sobre os hábitos diurnos da GenZ brasileira. Aí, pensamos: por que não aproveitar o verão para falar sobre isso de forma leve?
Criamos a narrativa em torno da ideia de “uma hora a mais de sol” para aproveitar com um match. Apostamos em uma abordagem multicanal, com presença digital e eventos offline, oferecendo uma experiência autêntica, solar e espontânea – como o jeito Tinder de ser!
Liberdade com propósito
CM: O Tinder sempre esteve associado à ideia de liberdade nas conexões. Como esse posicionamento evolui com as novas gerações e suas visões sobre afeto, exclusividade e intimidade?
Liberdade continua sendo um valor central, mas hoje ela vem acompanhada de mais consciência. Vemos menos foco em rótulos e mais em acordos transparentes.
Seja uma relação aberta ou exclusiva, o que importa é fazer sentido para quem está vivendo. O Tinder quer ser esse espaço seguro para explorar o amor do seu jeito – sem julgamentos.
O que vem por aí
CM: Para fechar: o que podemos esperar das próximas campanhas ou iniciativas do Tinder para a América Latina – e que papel os dados vão desempenhar nisso?
Estamos só começando. O olhar para a América Latina está cada vez mais atento ao que move as pessoas, e os dados são fundamentais para entender esses comportamentos.
Vamos seguir apostando em ativações que unam criatividade e relevância cultural, como no “Horário Tinder de Verão” e nas estratégias de cocriação em social.
Mais do que comunicar, queremos criar movimentos que façam sentido, tragam nossos usuários para perto e reforcem nosso compromisso com conexões autênticas.
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