Como o coronavírus pode impactar os setores de logística, transporte e agronegócio no Brasil? Dentro do setor agro, no país, a logística mostra-se recorrentemente problemática, não apenas em termos de infraestrutura, mas também de sistema logístico, problemas com caminhoneiros e empresas e o alto custo dos fretes.
Não é de se espantar que, em meio à pandemia, o cenário esteja um pouco mais complicado do que apenas uma redução de demanda.
A Novarejo obteve informações sobre as previsões da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para o mercado agro, como consequência da crise do coronavírus. As informações foram fornecidas através de uma fonte em condição de anonimato.
Superávit de açúcar preocupa produtores do agronegócio
De acordo com informações passadas pela fonte em off, a queda do preço do petróleo influi completamente no mercado de combustíveis. Consequentemente, intervém na fabricação de etanol ― que é composto de uma mistura de 70% álcool e 30% de gasolina ― e, conectado ao Superávit de açúcar, haverá uma queda de preço do produto ― o que poderá impactar o agronegócio com intensidade.
A produção de álcool e açúcar são exponenciais no Brasil; o açúcar também é gigantesco em outros mercados, como Índia e Austrália. Com a queda do preço prevista, poderia ocorrer um direcionamento para uma produção de etanol. Porém, o preço do petróleo também está baixo. Dada essa situação, o valor do açúcar se torna preocupante dentro do agronegócio.
Fake news e boicote a caminhoneiros
A operação logística é um serviço fundamental, não podendo seguir as restrições de pausa no Brasil.
Segundo informado pela fonte, empresários e outros grupos pelo país estão se utilizado da crise para gerar oportunismo contra prestadores logísticos importantes.
A fonte cita como exemplo a criação de fake news sobre motoristas de determinadas empresas estarem entregando produtos sem as questões apropriadas de higiene ― quando, de fato, isso não tem acontecido.
Desta forma, operadores logísticos estão sendo forçados a intensificar as medidas sanitárias para seus motoristas, mesmo os que já estão dentro das normas.
Como consequência, diz a fonte, conduzir o mercado logístico com tantas restrições e supostos aproveitamentos se torna ainda mais difícil.
A fonte ainda comentou que, este é um problema praticamente impossível de se resolver, uma vez que não há quem faça a logística de distribuição de máscaras para profissionais do setor.
Dentro deste cenário inesperado, estão sendo discutidos meios de fabricação própria de máscaras e outros recursos de proteção. Também é levantada a possibilidade de contratos exclusivos de fabricação e fornecimento desses materiais para operadores logísticos, uma vez que os motoristas estão em múltiplos lugares e a demanda é enorme.
Procurada, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo não confirmou as informações sobre boicotes à prestadores logísticos.
Na contramão da crise, Cargill mantém lançamentos
“Vivemos a eterna luta entre o risco e o benefício”
Começa hoje a APAS Show com o tema “Hackeando o Supermercado”