Com a ideia de oferecer ao público roupas assinadas por amigas que, de fato, têm uma ligação entre elas e com a moda, a C&A lançou a Coleção BFF, em collab com as atrizes Agatha Moreira e Camila Queiroz. Para que fosse possível elaborar as peças, a marca trabalhou em um processo que durou pouco mais de um ano, com participação ativa das artistas para que o estilo pessoal de cada uma estivesse expresso nos itens de vestuário lançados pela C&A.
Paulo Correa, CEO da C&A, explica que as collabs com artistas têm um papel de trazer referências de moda, de uma maneira acessível para a população. Para a segunda edição da Coleção BFF, foram escolhidas duas pessoas que, além de serem referência no mundo fashion, têm um espírito de C&A: alegre, divertido e com muita energia.
“Elas inspiram as pessoas do jeito que se vestem. Quando juntamos esse jeito delas com a nossa capacidade, conseguimos construir histórias bem interessantes e diferentes. Tem a ver com o espírito de quem gosta de moda”, comenta o CEO.
“As meninas têm um repertório de moda muito grande. Elas sabiam os tecidos que queriam, os acabamentos, as modelagens, e tiveram uma participação ativa desde o início. Para nós, a chave de sucesso de uma colaboração é sempre o nível de envolvimento da pessoa que está desenvolvendo junto conosco”, acrescenta Mariana Moraes, head de marketing da C&A.
A Coleção BFF segue o propósito de que é possível se expressar e dizer quem somos por meio da moda. A empresa acredita que, ao fazer parceria como a com Agatha Moreira e Camila Queiroz, permite o acesso das pessoas a determinados ícones que elas têm do ponto de vista de estilo, ou uma celebridade.
“Lançamos essa coleção em março, e estamos apresentando as informações que serão as mais importantes do outono/inverno. A cartela de cores, as modelagens, toda a informação que tem na coleção é uma antecipação do que vem para aí. Temos muito forte alfaiataria, tanto formal como mais leve. Trazemos bastante modelagens que são ajustadas ao corpo, como vestidos, top sem alça. Temos também o PU (poliuretano), ou couro ecológico, que também é algo que as nossas consumidoras vão provavelmente ver bastante pelos próximos meses”, acrescenta a executiva.
No dia 05 de março, aconteceu o lançamento oficial da Coleção BFF em 120 lojas da C&A. Além disso, as roupas também estão disponíveis no site da empresa e aplicativo. Vale lembrar que as peças foram lançadas para os clientes do programa “C&A&VC” dias antes do lançamento nas lojas físicas. Através desse programa de benefícios, é possível ter acesso às coleções em primeira mão.
Desempenho financeiro
No quarto trimestre de 2023, os resultados financeiros apresentados pela empresa foram além da expectativa do mercado. A receita líquida total do 4T23 alcançou R$ 2,3 bilhões, 17,7% a mais que o 4T22. Além disso, houve um crescimento de 18,5% nas ‘vendas mesmas lojas de vestuários‘, em comparação ao mesmo período no ano anterior. Quanto à margem, chegou a 56,5%.
Em 2023, o lucro líquido ajustado foi de R$ 144,9 milhões, o que representa 98,2% acima dos resultados do último trimestre de 2022. Se comparado ao 4T22, o EBITDA ajustado aumentou 37,7%, com uma expansão de margem ajustada de 21,9%.
Diante desses resultados, o CEO da C&A explica que o consumidor tem olhado para a moda como um investimento. Em um cenário de recursos financeiros limitados, as pessoas têm buscado investir em peças que, além de servir bem, possam ser usadas várias vezes. A tradução disso dentro da empresa foi na criação de itens mais versáteis.
“A nossa coleção de final de ano trouxe esse elemento da versatilidade com muita clareza para o consumidor, não só em termos de design, mas na apresentação das peças nas lojas. Com isso, ficou fácil para as pessoas entenderem, comprarem e se identificarem. Assim, a conversão nas nossas lojas, desde o terceiro trimestre, foi para patamares bem altos. Esperávamos um trimestre melhor, e estávamos confiantes de que o redesenho de produtos e de coleção para esse caminho de maior versatilidade estava sendo muito bem aceito, e então o impacto foi forte”, comenta Paulo Correa.
“Aumentamos as vendas e a margem bruta dos nossos produtos, e isso está relacionado à precificação dinâmica, à gestão de distribuição, e aos algoritmos de Inteligência Artificial (IA). As despesas continuaram sob controle, e tudo isso refletiu no resultado financeiro, com o EBITDA crescendo quase 40%. O lucro líquido, ajustado para os efeitos tributários, dobrou em relação ao último trimestre do ano anterior. No final, a origem de tudo foi o monitoramento e entendimento que as preferências das pessoas iam para um produto que pudesse ser usado em várias situações”, acrescenta.
IA na C&A
Na C&A, a Inteligência Artificial foi implantada em diversas áreas. A primeira aplicação foi no modelo de distribuição, onde algoritmos fazem projeções de venda com base em loja, cor e tamanho. Assim, é possível o planejamento de pedidos e a distribuição. Além disso, a IA é utilizada na definição dinâmica de preços conforme o consumo e as curvas de venda se desenvolvem. Isso permite ajustes na precificação.
“Os algoritmos vão se aperfeiçoando e aumentando a sua assertividade ao longo do tempo à medida que mais dados e mais históricos vão acontecendo. Os próprios parâmetros do nosso time de se ajustam, ao longo do tempo, para tornar o modelo mais preciso”, explica Paulo Correa.
Um exemplo prático seria a capacidade de fazer projeções detalhadas por loja, o que melhora a experiência do consumidor. Por exemplo, durante o Natal, a IA pode prever a demanda por tamanho e cor específicos, permitindo que o consumidor encontre o que procura.
Essa abordagem baseada em Inteligência Artificial visa tornar a jornada do consumidor mais fácil, simples e feliz, adaptando-se aos canais de preferência, seja online, via WhatsApp ou em lojas físicas. A integração completa desses canais é essencial para atender às demandas do cliente, independentemente do ponto de contato escolhido.
“Essa dinâmica visa conseguir atender o cliente, independentemente do canal, do canal. Seja no online, no WhatsApp ou na loja física, isso tudo tem que estar totalmente integrado. É o que chamamos de conversão. De alguma maneira, temos que proporcionar que aquele desejo do consumidor seja realizado”, finaliza.
Fotos: Breno da Matta