A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pediu às empresas aéreas que divulguem quantas bagagens de mão são despachadas na porta da aeronave e após a entrada dos passageiros na cabine. O pedido foi anunciado durante uma audiência na Comissão de Aviação e Transportes da Câmara dos Deputados, que discutiu o caso da professora Samantha Barbosa —retirada de voo da Gol após se recusar a despachar uma mochila com um notebook.
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Segundo o superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da Anac, Giovano Palma, a ideia é revisar os procedimentos para evitar que casos semelhantes aconteçam. Na visao de Palma, o setor aéreo precisa discutir a questão do racismo.
A acusação de racismo em voo aconteceu porque Samantha, que é negra, foi retirada do avião após a tripulação exigir que ela despachasse sua mochila. Testemunhas no voo dizem que uma passageira branca, com três mochilas de mão, não teve dificuldade para acomodar sua bagagem.
Na audiência na Câmara, Samantha disse que levou a bagagem na cabine porque tinha um notebook na mochila, que estava dentro do padrão pedido.
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Também presente na audiência, a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, afirmou que ação dos funcionários das empresas está relacionada à segurança dos voos.
Segundo Monteiro, os passageiros têm buscado levar muita coisa como bagagem de mão e as empresas precisam se preocupar com balanceamento da operação. Mas novas medidas para melhorar o embarque estão em estudo, disse.
Na mesma linha, o representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, disse que casos como o de Samantha são muito comuns. Apesar de não estar no voo, Hacklaender declarou que os tripulantes só estavam seguindo os protocolos.
O deputado Ricardo Silva (PSD-SP) discordou, argumentando que nenhum dos convidados da audiência tinha respondido como a passageira Samantha comprometeu a segurança do voo. “Eu gostaria de ouvir qual item, e se alguém puder falar eu abro a palavra, qual foi o item de insegurança que esta senhora trouxe?”, disse.
Visão semelhante teve o representante da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Vitor Ferreira, que disse não ter ficado claro como a passageira estaria ferindo os protocolos. Segundo Ferreira, a Senacon elabora uma averiguação preliminar contra a Gol no caso de racismo em voo.
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