O Dia dos Namorados continua como uma das datas mais importantes para o comércio e para os casais apaixonados. No entanto, por trás dos jantares românticos e dos presentes simbólicos, há uma realidade muitas vezes negligenciada: o impacto financeiro que os relacionamentos podem ter sobre os consumidores.
De acordo com uma pesquisa feita pela Serasa em parceria com o instituto Opinion Box, mais da metade dos brasileiros (53%) aponta o dinheiro como o principal motivo de brigas entre casais. E os desentendimentos não se limitam ao presente: quatro em cada dez entrevistados (41%) já tiveram o nome negativado por conta de um relacionamento amoroso. Não bastasse isso, 45% herdaram dívidas de um parceiro mesmo após o término da relação.
Infidelidade financeira
Embora 65% dos entrevistados relatem conversar abertamente sobre dinheiro com o parceiro, a transparência tem seus limites. Quase a metade (49%) admitiu já ter escondido problemas financeiros da pessoa com quem se relaciona. Além disso, 35% dos conflitos nas relações são motivados por decisões financeiras impulsivas, seguidos pela falta de planejamento (33%) e por gastos excessivos com itens supérfluos (32%).
“Infelizmente, muitos casais acabam caindo nessa situação de infidelidade financeira, por vergonha de assumir suas dificuldades em lidar com o dinheiro ou pelo próprio medo de perder o parceiro”, explica Valéria Meirelles, psicóloga do dinheiro da Serasa.
Se antes conhecer os gostos musicais e o signo eram critérios comuns para engatar um namoro, hoje 24% dos brasileiros dizem estar dispostos a investigar a vida financeira da pessoa antes mesmo de começar um relacionamento sério. E mais: 1 em cada 10 já checou CPF ou Score do parceiro na Serasa antes de assumir um compromisso.
Apesar dos desafios, 58% dos casais afirmam organizar o planejamento financeiro juntos. O dado pode indicar uma crescente consciência da importância do diálogo sobre dinheiro nos relacionamentos.
Envolvimento financeiro
Sobre herdar dívidas dos ex-parceiros, a alta recorrência escancara o risco de envolvimentos financeiros sem planejamento. Um cartão emprestado aqui (53%), um nome usado em um empréstimo ali (37%), e o que deveria ser um gesto de confiança se transforma em um passivo que sobrevive ao fim do amor e, até mesmo, em dívidas com bancos (37%).
“Dinheiro é coisa séria, pede ética, planejamento e cuidado. Por isso, é preciso ter maturidade e responsabilidade financeira também ao se relacionar com o outro”, comenta Valéria. “Conhecer o estilo de vida, os gostos e os gastos da pessoa amada é um passo importante para entender se existe essa compatibilidade também nas finanças”, complementa.
O Brasil, o amor e a insatisfação
Embora 75% dos brasileiros digam sentir-se amados, o Brasil é o país com menor índice de satisfação amorosa e sexual entre os latino-americanos, segundo o relatório “Love Life Satisfaction 2025“, da Ipsos. O país ocupa a 19ª posição no ranking global. Vizinhos como Colômbia, México, Peru e Chile estão no topo da lista de países mais satisfeitos com suas vidas afetivas e sexuais.
A relação entre renda e felicidade amorosa também é clara. Entre os de alta renda, 83% afirmam estar satisfeitos com a vida amorosa; já entre os de baixa renda, esse número cai para 69%. Isso também reflete no bem-estar sexual: 67% dos mais ricos estão satisfeitos, contra apenas 51% dos de menor renda.
O amor e as gerações
Apesar das diferenças culturais e econômicas entre gerações, a pesquisa sugere que a satisfação amorosa não varia muito com a idade. Os dados indicam que Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z demonstram níveis parecidos de contentamento com suas vidas românticas e sexuais. Os Millennials, por exemplo, são mais satisfeitos.
A pesquisa também desmistifica a ideia de que os jovens estão mais desapegados: 58% da Geração Z se dizem satisfeitos com sua vida amorosa. O desafio para os mais novos parece menos relacionado à vontade de amar e mais às condições emocionais, sociais e econômica para construir relações estáveis.
Solteiros e o desafio do amor próprio
A vida de solteiro também traz seus dilemas. Os dados da Ipsos revelam que 81% das pessoas em relacionamentos no Brasil se dizem satisfeitas com sua vida romântica/sexual, contra apenas 50% dos solteiros. No entanto, isso não significa que todos estejam buscando um par.
Nos Estados Unidos, um estudo do Pew Research Center mostrou que a proporção de adultos vivendo sem parceiro caiu de 44% em 2019 para 42% em 2023. Apesar dessa leve queda, o número ainda é significativo. A análise aponta que adultos sem parceiros tendem a ter menos estabilidade financeira e menor bem-estar geral, ainda que estejam, muitas vezes, mais livres para tomar decisões individualizadas.
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