Os supermercados paulistas devem atingir um crescimento real de 1% nas vendas de Natal, em relação ao mesmo período de 2015. Considerando os resultados dos anos anteriores o desempenho ficará abaixo, mas diante da atual conjuntura econômica, com expectativa de queda no PIB de 3,5%, o resultado de aumento de 1% vem em boa hora.
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Para com Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados), o setor acredita no aumento das vendas, principalmente, porque os consumidores não devem investir em bens duráveis neste final de ano. “A instabilidade econômica e a falta de otimismo, diante do aumento do desemprego, fará com que as pessoas deixem de investir na troca do carro ou naquela sonhada viagem, o que nos indica que farão uma ceia mais generosa este ano”, avalia Mariano.
De acordo com o economista, as perspectivas são de queda nos preços de diversas categorias. “Há fatores internos e externos que podem afetar os preços de outras categorias, mas até o fim de 2016 deve haver uma desaceleração no indicador geral de preços, o que tende a contribuir para que o IPS (Índice de Preços nos Supermercados) em 2016 fique em torno de 12%”, pondera Mariano. Assim, os itens mais comprados para as festas de final de ano deverão ficar 12% mais caros. Já o preço dos panificados, em geral, teve variação de 6,40% no acumulado do ano até setembro deste ano, e de 12,29% em 12 meses.
No entanto, mesmo assim a Associação projeta um crescimento de 10% nas vendas de panetone para este ano, na comparação com 2015. Para eles, a diversificação de sabores, bem como as ações no ponto de venda, são os fatores que impactarão positivamente. “O panetone tem vendas expressivas nesta época do ano e neste Natal não será diferente”, comenta Mariano.
Entre os outros itens tipicamente consumidos na data, o preço do Peru teve queda de 11,89% em 12 meses de acordo com os dados de setembro, indicando preços mais moderados para este ano, mas que deve se reverter nos meses de novembro e dezembro diante da sazonalidade de fim de ano. O reajuste deve chegar a 10% em relação a 2015. Para o Chester as projeções são semelhantes, já que os preços se mantiveram estáveis em 2015 e, para este ano, a expectativa é de alta entre 7% e 10%. Para castanhas, nozes e frutas secas, a expectativa é de alta de cerca de 7% nos preços.
A expectativa morna se estende às contratações de funcionários temporários, comuns nesta época do ano. A oferta de vagas temporárias no comércio em geral acontecerá, porém em menor número do que os anos anteriores. O setor supermercadista espera contratar 5.000 novos profissionais para o reforço de operações e vendas no período que antecede as festas.