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Ir ou não à praia? Saiba os riscos dos passeios ao litoral

Ir ou não à praia? Saiba os riscos dos passeios ao litoral

Algumas praias pelo Brasil flexibilizaram o acesso e outras estão se planejando para a retomada; em entrevista com infectologista, veja se já é um bom momento para voltar à frequentar o mar

Distanciamento entre banhistas, horários específicos, proibição de castelos de areia e reservas de espaço feitas pela internet. Essas foram algumas das alternativas implantadas para a retomada de praias na França. Já na Espanha, particularmente em Barcelona, sensores de vídeo estão sendo instalados para monitorar em tempo real a movimentação das praias na cidade e planejar com antecedência à ida ao mar e arredores.

No Brasil, após meses de isolamento social, algumas cidades diminuíram as restrições e estão permitindo o retorno ao litoral. No Rio de Janeiro, os cariocas podem frequentar o local somente para praticar atividades físicas, incluindo surfe e stand up paddle, desde que sejam praticados de forma individual e com uma distância segura.

Em Fortaleza, o movimento está previsto para voltar em julho, na terceira fase do plano de retomada de economia. Para isso, a capital cearense lançou um projeto chamado “Praia do Futuro: Presente Saudável”, com limpeza profunda da areia, orientação de higiene e cuidados para banhistas e ambulantes, além do cumprimento dos protocolos estabelecidos pelo governo, como distanciamento e uso de máscaras.

Contudo, será que já é um bom momento para voltar frequentar as praias? Quais riscos a população ainda corre? Conversamos com o Dr. Lauro Ferreira, médico infectologista da Federação Brasileira de Infectologia e da Central Nacional Unimed, que orientou sobre o assunto. Segundo o especialista, as pessoas precisam ficar extremamente atentas, pois mesmo que algumas praias estejam flexibilizando o acesso há ainda “risco no momento epidemiológico que nós estamos vivendo, em que não há queda no número de casos”, e que por isso,  devem evitar aglomeração.

Acompanhe a entrevista completa:

 

CONSUMIDOR MODERNO: Já é considerado seguro ir à praia? No que as pessoas precisam ficar atentas?

LAURO FERREIRA: Em relação às praias, me preocupa a questão da aglomeração. Quando vejo praias cheias no Rio de Janeiro ou no litoral paulista, penso que alguma coisa vai dar errado. Qualquer movimento de aglomeração representa risco enquanto o coronavírus não está controlado, basicamente esse é o principal ponto de atenção.

CM: Quais os desafios de voltar a frequentar as praias neste momento de pandemia? 

LF: O primeiro desafio em frequentar praias nesse momento é encontrar uma forma de se deslocar com segurança. Temos a opção do transporte individual ou do transporte público, o segundo com pessoas muito próximas umas das outras, então o primeiro desafio é esse deslocamento no transporte público com segurança de um metro de distância e sempre de máscara. O segundo desafio é usar praias onde as pessoas possam ficar isoladas. À princípio, a pessoa ir à uma praia vazia, tomar um banho de mar e voltar não tem risco nenhum, o problema é se tornar um ponto de aglomeração.

CM: As soluções implantadas em algumas praias da França, como horários fixos e reservas de espaço feitas pela internet, podem ser uma opção momentânea para o Brasil?

LF: Acho muito difícil as soluções implantadas na Europa surtirem efeito no Brasil. Não consigo imaginar o brasileiro com uma disciplina de momentos reservados na praia, separado. Nossas praias têm muita aglomeração. Confesso que ainda vejo a praia como risco no momento epidemiológico que nós estamos vivendo, em que você não há queda no número de casos.

CM: Já em Barcelona, sensores de vídeo estão sendo instalados para monitorar em tempo real a ocupação das dez praias da cidade. Os moradores terão acesso as informações através do site da prefeitura, o que permitirá evitar a ida às praias muito movimentadas. Você acredita que essa estratégia poderia ser aplicada no Brasil?

LF: Acredito que isso é muito longe da nossa realidade. Nas praias brasileiras, as pessoas vêm das comunidades mais diversas e se aglomeram. Precisamos imaginar uma praia onde as pessoas ficassem distantes umas das outras, porque não consigo imaginar alguém com máscara na praia, que é o recomendável. Então precisamos ter, pelo menos, 1,5 a 2 metros de distância. É importante lembrar que a água não representa meio de risco, as pessoas podem se banhar e nadar sem problemas. A questão é o acesso, o transporte público e como garantir que as pessoas fiquem espaçadas umas das outras, para não haver risco de transmissão.

CM: Então, qual seria o melhor plano para que as pessoas possam voltar a frequentar as praias aos poucos sem colocar a saúde em risco?

LF: Um bom plano de acesso seguro às praias precisa garantir o distanciamento entre as pessoas. O grande problema desse acesso em grandes cidades do Brasil, diferente da Europa, é o nosso transporte público. Precisamos de um transporte público que permita às pessoas ficarem à um metro de distância umas das outras. Atualmente não temos isso, então acho difícil pensar em acesso às praias enquanto você tiver uma taxa R0 maior que 1 – R0 refere-se à taxa de reprodução epidêmica, quando essa taxa está acima de 1 (ou seja, quando a média de novos casos que surgem a partir de uma infecção é maior que um), a doença tende a se espalhar – que é o que temos no Brasil hoje.

CM: Caso uma pessoa opte por ir à praia, o ideal é que ela leve sua própria comida e água? E se ela precisar frequentar banheiros e vestiários? Como se adaptar?

LF: A volta do alimento na praia, que é um costume muito brasileiro, implica no relaxamento da etiqueta das pessoas levarem álcool gel. Outro ponto é a manipulação do alimento, você não sabe como ele foi preparado ali. Levar o próprio alimento é uma alternativa. Quanto à frequentação de banheiros e vestiários, se houver formas de lavar as mãos com água e sabão não vejo problema. Precisamos nos manter atentos à etiqueta de lavar as mãos e não levar a mão à boca ou aos olhos sem antes higienizá-la.

CM: O litoral é um dos locais mais procurados para passar as festas de final de ano. Você acredita que até lá já seja possível utilizar as praias para o réveillon?

LF: É muito difícil prever o réveillon nesse momento, são seis meses adiante. Se a doença vai estar controlada, eu não sei. Não penso que em seis meses teremos vacina ou remédio disponível para uso em larga escala, mas acredito que a curva de contágio não estará como hoje. Acho que até lá será possível que as pessoas possam se encontrar, porém com alguma cautela e com medidas de etiqueta social.


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