À medida que as preferências e exigências dos consumidores evoluem, as operadoras de planos de saúde precisam adaptar seus serviços para atender às novas demandas. A busca por maior transparência, acesso facilitado à informação e experiências personalizadas estão entre os principais aspectos que influenciam as mudanças no setor de saúde suplementar.
Ademais, a inovação tecnológica também desempenha um papel fundamental nesse cenário, impulsionando a modernização dos processos e aprimorando a qualidade do atendimento aos beneficiários. Além disso, a sustentabilidade financeira das operadoras torna-se cada vez mais importante para garantir a continuidade e a qualidade dos serviços prestados.
Esses e outros dados ficaram em evidência na 2ª edição do Balanço Observatório da Associação Nacional de Hospitais Provados (Anahp). O estudo aponta para uma mudança estrutural em andamento no cenário da saúde suplementar no Brasil.
Planos de saúde mais baratos
Os dados apresentados no relatório trimestral da Associação indicam que a coparticipação teve um acréscimo de 5,8 pontos percentuais; a taxa de rotatividade de beneficiários ultrapassou os 30% nos planos coletivos empresariais; e houve um aumento na procura por planos regionais e mais econômicos.
A coparticipação, formato em que o utente paga, além da mensalidade do plano, uma parte das despesas da operadora pelos serviços prestados, aumentou de 48,49% em 2019 para 53,57% em 2024 (março). Quanto aos ajustes, o maior ocorreu na região Sudeste, atingindo 20,05% em fevereiro de 2024, e o menor na região Sul, que, não por acaso, é a região com maior percentual de beneficiários em planos com coparticipação, sugerindo uma relação entre coparticipação e sinistralidade reduzida.
Aumento de preços
Veja abaixo os reajustes empresariais e suas correlações – por região/anos de assistência médica. As informações são do Caderno de Informação de Saúde Suplementar – dezembro/2023.
É importante salientar que a taxa de rotatividade mede o percentual dos vínculos substituídos no período em relação ao total existente no primeiro dia do período. O cálculo da taxa de rotatividade é realizado utilizando o menor valor entre o total de adesões e de cancelamentos em um período especificado.
Essa taxa de rotatividade chegou a 32,2% para o segmento de medicina de grupo nos planos coletivos empresariais. A taxa de rotatividade diz respeito a mudança de planos por parte dos contratantes ou beneficiários. Ademais, o levantamento aponta que os beneficiários estão buscando opções com abrangência de grupo de municípios. Nesse ínterim, o percentual passou de 42,61% em dezembro de 2019 para 43,65% em março de 2024. Enquanto isso, os planos nacionais caíram de 40,56% em 2019 para 39,73% no mesmo período.
Planos de saúde: baratos e abrangentes
Outro achado do estudo foi a preferência de contratantes ou beneficiários por planos de menor custo. Entretanto, mais barato não significa que eles não devem ser abrangentes. Isso foi demonstrado pela escolha de acomodação em enfermaria, que aumentou e atingiu 62,78%.
Isso sugere que a maioria das pessoas valoriza a economia, mas também deseja ter uma cobertura abrangente em seus planos de saúde. Esse equilíbrio entre custo e cobertura é crucial para atender às necessidades e expectativas dos contratantes ou beneficiários de planos de saúde.