O varejo de moda é um dos setores mais afetados pelo isolamento social que fechou o comércio de itens não essenciais. A Riachuelo, um dos maiores varejistas de moda, amargou um prejuízo R$ 47,5 milhões no primeiro trimestre de 2020. Já a Lojas Renner reportou lucro de R$ 10,4 milhões entre janeiro e março, uma queda de 94% na comparação com o resultado do mesmo período no ano passado.
Se as grandes redes estão sentindo os impactos, não seria diferente com as pequenas empresas do setor. Na tentativa de mudar esse cenário, o Sebrae se uniu a Lojas Renner para ajudar pequenos varejistas de moda durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A parceria vai gerar consultorias financeiras e de gerenciamento de crise para 220 empresas distribuídas em seis estados brasileiros.
As consultorias serão personalizadas, de acordo com a necessidade de cada varejista. As reuniões serão feitas via internet. Serão seis encontros virtuais, totalizando 12 horas de atendimento.
Os encontros terão três temas principais: gestão financeira, linhas de crédito disponíveis no mercado e dispositivos do governo e outras ações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. A iniciativa terá duração de dois meses.
“A finalidade é um atendimento que leve clareza para esse empresário na tomada de decisão porque ele não pode esperar muito para redirecionar o seu negócio. Mais do que nunca, ele precisa de um atendimento pontual, rápido e efetivo para a gestão e sobrevivência da empresa” afirma Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae.
O programa vai oferecer às empresas participantes um total de R$ 1,5 milhão para ajudar na continuidade de seus negócios e na manutenção de empregos. O dinheiro foi oferecido pela Lojas Renner.
Empresários preocupados
Uma pesquisa da SumUp mostrou que apenas 17% dos microempresários do setor de moda têm uma reserva de emergência para se manter durante a crise. O número reforça a necessidade de ajuda financeira e em consultoria para o setor.
A mesma pesquisa ainda mostra que 75% dos donos de microempresas do setor estão muito preocupados com o futuro de seus negócios. Apenas 4% se dizem otimistas diante da crise atual.
Considerando todos os setores, o nível preocupação cresceu muito no período de apenas um mês. Há dois meses, 65% dos microempresários tinham alguma preocupação com seus negócios. Em abril, 93% se dizem preocupados com o futuro de suas empresas.
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