A noite de domingo e a madrugada dessa segunda-feira (29) foram o momento da celebração do Oscar 2016. Uma cerimônia que sempre pode ensinar algo, desde que venhamos a exercitar a criatividade.
O mercado nacional passa por um período de terra arrasada: inflação em alta, déficit público, recessão, desemprego. No governo, prevalece um deserto de ideias. E esse desmatamento cruel de boas práticas macroeconômicas afeta claramente o varejo. Redes estão à venda, ou procurando sócios desesperadamente. Nesse cenário desolado, que sentido faz olhar para o Oscar 2016? Simples: Mad Max.
Um remake, mas completamente diferente do original. Um filme quase sem diálogos, rodado em um deserto inclemente, com um argumento básico, orçamento até modesto para padrões hollywoodianos, amealha 6 Oscars e se torna um fenômeno. A criatividade da narrativa, em que som, montagem, enquadramentos e ritmo combinam-se para ser a história, irrompem na tela e nos atingem em cheio.
O filme incomoda, inquieta, porque é incomum. Não há espaço para reflexão. A ação é vertiginosa porque precisa chamar atenção para uma urgência: o mundo pode ser dessa forma distópica, amoral, seca, desidratada. O deserto é justamente o símbolo do descaso com que pensamos e agimos no mundo atual.
EM MAD MAX NÃO HÁ ESPAÇO PARA REFLEXÃO.
A AÇÃO É VERTIGINOSA PORQUE PRECISA CHAMAR
ATENÇÃO PARA UMA URGÊNCIA: O MUNDO PODE SER
DESSA FORMA DISTÓPICA, AMORAL, SECA,
DESIDRATADA
Leia também
“Os 8 odiados” do varejo brasileiro
Pois bem, do deserto e de uma ideia simples mas poderosa, (re)nasceu um clássico. Agora olhe para o seu negócio. Ele está diante de problemas e desafios inexpugnáveis: a recessão infindável, a falta de lideranças, o crédito caro. Essa história pode ser triste, mas pode ser modificada. Vai depender do seu senso de urgência. Da vontade genuína de mudar seu negócio e de buscar referências de todas as fontes.
Em verdade, há um arco temático que identifica os filmes que concorreram ao Oscar este ano… Superação, inconformismo com a realidade e com obstáculos intransponíveis. Vejam “A Grande Aposta”, que parte justamente da criação de um investimento “contra o mercado”; “Spotlight”, que mostra um jornal investigando um escândalo de pedofilia na Igreja Católica (aliás, Oscar de melhor filme); “O Regresso”, onde a Vingança de uma pessoa o faz superar a morte em uma paisagem inóspita; “Mad Max”, no qual um resgate precisa ser feito em paisagem árida, violenta, hostil.
Ao invés de pensar nesses filmes como autoajuda, é melhor pensar em como ser criativo, obstinado, persistente, para adequar a gestão a esses tempos secos. É você, sua empresa e sua competência para criar um negócio capaz de atravessar a “Estrada da Fúria” desse nosso Brasil em recessão. O smartphone em sua mão pode lhe dar boas ideias: apps, redes sociais, formas de engajar e conhecer clientes, de gerenciar seu negócio estão disponíveis. Use, teste, experimente. Faça diferente. Mesmo um deserto pode gerar frutos. E mesmo um negócio emparedado por dificuldades incontornável pode ser melhorado, aprimorado e se tornar um sucesso.
AO INVÉS DE PENSAR NESSES FILMES
COMO AUTOAJUDA, É MELHOR PENSAR EM COMO SER
CRIATIVO, OBSTINADO, PERSISTENTE, PARA
ADEQUAR A GESTÃO A ESSES TEMPOS SECOS
Se até mesmo um boa história e um personagem conhecido podem ser revigorados a qualquer momento, como “Mad Max” demonstrou, a sua rede varejista também pode. E deve.
Leia também
8 filmes do Netflix essencias para empreendedores
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão