A cidade de Las Vegas está sediando até dia 10 de janeiro a Consumer Electronics Show (CES) 2025, uma das feiras de tecnologia mais aguardadas do mundo, organizada pela Consumer Technology Association (CTA). Mais de 4.500 empresas, incluindo gigantes como Panasonic, Amazon, NVIDIA e Meta, estão presentes, com grandes expectativas para lançamentos e anúncios de impacto.
Um dos destaques da programação foi a participação de Jensen Huang, fundador e CEO da NVIDIA, que abriu o evento com uma apresentação de 90 minutos. Durante o discurso, Huang explorou a evolução da Inteligência Artificial, os avanços da empresa e as inovações que prometem transformações em setores como robótica, automotiva, criação de conteúdo e experiência do consumidor.
Confira abaixo os trechos mais importantes da palestra!
IA Física, a nova era da Inteligência Artificial
Diante de um público de mais de 6.000 pessoas, Huang destacou a rápida evolução da IA, que tem “avançado em um ritmo incrível”. “Começou com a IA de percepção — entendendo imagens, palavras e sons. Então, IA generativa — criando texto, imagens e som”, disse Huang. Agora, estamos entrando na era da “IA física, que pode prosseguir, raciocinar, planejar e agir”, afirmou.
Huang refletiu sobre os 30 anos de jornada da NVIDIA, enfatizando a criação da GPU programável em 1999 e como a IA moderna transformou a computação em pouco mais de uma década.
NVIDIA Cosmos: IA replicando o mundo físico
Entre os anúncios mais aguardados, Huang apresentou a plataforma NVIDIA Cosmos, que combina modelos de IA avançados para replicar o mundo físico em aplicações como robótica, veículos independentes e visão computacional. Segundo ele, Cosmos é um divisor de águas, trazendo direções precisas e simulações de multiverso que ajudam a selecionar ações ideais para IA.
“A próxima fronteira é a IA física”, explicou Huang. Ele comparou essa inovação ao impacto dos grandes modelos de linguagem na IA generativa, destacando que o momento equivalente ao “ChatGPT para a robótica geral” está se aproximando.
Modelos de base de IA para PCs e nuvem
Outro destaque foi o lançamento de modelos básicos de IA para PCs RTX, focados na criação de conteúdo, produtividade e desenvolvimento. Huang ressaltou que essas ferramentas estão disponíveis em todas as nuvens e em fabricantes de hardware (OEMs), permitindo que desenvolvedores criem agentes de IA e os integrem em qualquer software.
“Esses modelos de IA rodam em todas as nuvens porque as GPUs NVIDIA agora estão disponíveis em todas as nuvens”, disse Huang. “Está disponível em todos os OEMs, então você pode literalmente pegar esses modelos, integrá-los aos seus pacotes de software, criar agentes de IA e implantá-los onde quer que os clientes queiram rodar o software”.
Parceria com a Toyota
A NVIDIA também apresentou a plataforma NVIDIA DRIVE Hyperion AV, projetada para suportar modelos de IA generativa e oferecer recursos avançados de direção com segurança funcional. Huang anunciou uma parceria com a Toyota para implementar essas tecnologias em novos veículos.
“A revolução dos veículos autônomos está aqui”, disse Huang. “Construir veículos autônomos, como todos os robôs, requer três computadores: NVIDIA DGX para treinar modelos de IA, Omniverse para testar e gerar dados sintéticos, e DRIVE AGX, um supercomputador no carro”, explicou. Ele também destacou a importância dos dados sintéticos, que complementam os dados do mundo real para o treinamento de IA.
Dados do mundo real são limitados, então dados sintéticos são essenciais para treinar a fábrica de dados de veículos autônomos, explicou.
AI Blueprints e o futuro da automação
A NVIDIA revelou o AI Blueprints, uma coleção de ferramentas para criar agentes de IA que automatizam fluxos de trabalho empresarial. Com funcionalidades como resumo de vídeos e conversão de PDFs para podcasts, os Blueprints permitem que os desenvolvedores implementem agentes personalizados em diversas plataformas.
Projeto Nvidia DIGITS
Encerrando sua palestra, Huang apresentou o NVIDIA Project DIGITS, descrito como o sistema de treinamento de IA baseado em GPUs que deu origem a muitas das inovações atuais.
“Tenho mais uma coisa que quero mostrar a vocês”, disse Huang. “Nada disso seria possível se não fosse por esse projeto incrível que começamos há cerca de uma década. Dentro da empresa, ele era chamado de Projeto DIGITS — sistema de treinamento de inteligência de GPU de aprendizado profundo”.
Ele apresentou a história de como o primeiro sistema DGX foi entregue à OpenAI em 2016, marcando o início de uma revolução na computação de IA.
Com um valor de mercado superior a US$ 3 trilhões, a NVIDIA se posiciona entre as empresas mais valiosas do mundo, ao lado de gigantes como Microsoft e Apple. “Foi um ano incrível”, concluiu Huang.