É cada vez mais difícil prender a atenção das novas gerações. Isso acontece dentro da sala de aula, na mesa de jantar ou no ambiente de trabalho. As tecnologias trouxeram um novo comportamento às gerações, mais dinâmico e democrático de um lado, porém, mais disperso e até mesmo mimado em alguns momentos. Empresas da nova e da tradicional economia discutiram, durante o CONAREC, sobre os desafios de atrair e gerir pessoas nesse novo ambiente.
Para Warney Silva, diretor de Pessoas da AeC, citar a cultura é essencial ao falar de engajamento. “É aí que ligamos indivíduo e empresa. Se a empresa não estiver permeada de cuidado e respeito, teremos dificuldades para engajar.”
“O ambiente de contact center, como o nosso, é bastante propício à diversidade e devemos divulgar isso”
Warney Silva
Diretor de Pessoas da AeC
Silva destaca ainda que a maioria das grandes empresas atua hoje com três gerações e apesar de cada uma trabalhar a seu modo, todas exigem alguns tratamentos fundamentais. ”Respeito, cuidado e senso de justiça todos querem integralmente. Nosso papel é liderar e ser intolerante com líderes que não respeitam isso”, avalia.
O papel dos gestores
A Aec reúne seus gestores sete vezes ao ano para eventos de discussão de metas e cultura da empresa. É aí que a empresa reforça seus valores. Nessa intenção, o time de gestão de pessoas do Magazine Luiza treina todos os líderes e mapeia os comportamentos dos candidatos às vagas da empresa.
Segundo Patricia Pugas, diretora de Recursos Humanos do Magazine Luiza, esses processos deixam o engajamento dos novos funcionários mais ágil e eficaz.
“A organização precisa se fazer entender e mostrar onde ela quer chegar. Temos pilares estratégicos e seus desdobramentos. Essas estratégias são mapeadas e não existe uma pessoa que tenha uma meta sozinha, um setor divide uma meta com pelo menos outros cinco setores”
Luciana Caletti, vice-presidente para a América Latina da Glassdoor, destaca ainda que a diversidade pode ser grande fator de motivação pelo engajamento que as pessoas estão criando sobre temas sociais.
“Os colaboradores querem cada vez mais fazer parte de uma equipe diversa. Além da diversidade, tem que haver propósito nessa caminhada”
Startups
Marco Ferelli, fundador da Allya, aponta que, uma startup, ao pisar no acelerador precisa deixar alguns pontos desarrumados. “Mas o da cultura não pode ser, porque haverá problema quando a empresa começar a crescer. Se você não trata bem esse ponto, as panelinhas começam a crescer dentro da empresa. Por isso temos que colocar squads multidisciplinares e conseguir engajar melhor. Isso mudou a cara da empresa de seis meses para cá”, detalha.
Outro cuidado que as startups precisam ter é ao empregar as novas gerações, que veem numa empresa desse perfil um ambiente diferente, de poucas exigências. “O colaborador vê muitas coisas diferentes, mas precisa ver que é necessário bater sua meta.”
“A vontade da nova geração é grande em querer aprender e crescer. Mas tirando os unicórnios a grande maioria tem cobertor curto, os salários das startups não são os melhores. O maior retorno e motivação são, de fato, desafios e aprendizagem””