A Meta anunciou nesta segunda-feira (14) os planos para treinar a sua ferramenta de Inteligência Artificial utilizando conteúdos públicos, como posts e comentários, compartilhados por adultos nos diferentes serviços da empresa na União Europeia. Além disso, as interações de usuários com a Meta AI também serão utilizadas para a aprimoração dos modelos da empresa.
Segundo o anúncio da Meta, esse treinamento dá sequência ao lançamento da Meta AI na Europa em março, e oferecerá maior suporte para milhões de pessoas e negócios na região ao ensinar a IA da Meta e melhor entender e refletir suas culturas, idiomas e história.
Dados europeus
A partir dessa semana, os usuários das plataformas da Meta residentes no bloco irão receber notificações pelos apps ou e-mail para explicar quais dados serão utilizados para aprimorar a Meta AI e a experiência de usuário.
As notificações incluirão o link para um formulário, no qual as pessoas poderão optar por não terem seus dados públicos utilizados para o treinamento da ferramenta. A big tech ainda reforçou que não utiliza mensagens privadas com amigos e familiares para treinar os modelos de IA generativa. Além disso, apenas dados públicos de usuários com menos de 18 anos não serão usados para este fim.
“Acreditamos que temos a responsabilidade de desenvolver uma IA que não esteja apenas disponível para os europeus, mas que seja realmente feita para eles”, afirma a Meta no comunicado. “É por isso que é tão importante que nossos modelos de IA generativa sejam treinados com uma variedade de dados, para que possam compreender as nuances e complexidades incríveis e diversas que compõem as comunidades europeias.”
GDPR sob revisão
A novidade chega depois que a União Europeia começou a discutir sobre uma possível flexibilização da lei de proteção de dados, a GPDR. O movimento, liderado pela presidente do bloco, Ursula von der Leyen, tem como justificativa que as exigências legais são rígidas em excesso, o que gera entraves para o crescimento de empresas no continente.
A proposta para essa flexibilização é manter a proteção da privacidade, mas flexibilizar as obrigações, criando um ambiente mais favorável aos negócios, com menos entraves e mais espaço para a inovação tecnológica.
Em 2024, a Meta adiou o treinamento de grandes modelos de linguagem com dados públicos enquanto reguladores do bloco avaliavam os requisitos legais. Em dezembro, a proposta foi aprovada, uma vez que atendia aos requisitos legais do bloco.
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