O mercado da beleza no Brasil tem surpreendido com os números apresentados em 2023. Apenas no primeiro quadrimestre do ano, com base em resultados da indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, apresentou um aumento de 30,9% em comparação com o mesmo período de 2022. O percentual refere-se a marca de US$ 29,2 milhões entre janeiro e abril, com ênfase no quarto mês. Os dados são Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
O acumulado entre os primeiros quatro meses do ano dentro do setor de cosméticos apresentou um saldo de US$ 289,3 milhões em exportações. O valor, que representa um crescimento de 17,2%, coloca o setor em sua maior marca superavitária dos últimos 10 anos. O destaque ficou para o mês de abril, quando as exportações chegaram a US$ 81,7 milhões, um aumento de 25,5% em comparação ao mesmo mês de 2022.
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Quanto às importações, no primeiro quadrimestre de 2023 houve um aumento de 15,8% em relação ao mesmo período de 2022. O saldo total foi de US$ 260 milhões. Só em abril, a corrente de comércio internacional chegou a US$ 144,3 milhões, com US$ 62,9 milhões em importações. Já no saldo da balança comercial no mês de abril, o superávit foi de US$ 19,1 milhões. O percentual, quando comparado com o mesmo mês no ano passado, apresentou um aumento de 144,9%.
Entre os produtos mais exportados, destacam-se os cremes para pele, protetores solar e bronzeadores, que representam 72% das exportações. Já os sabonetes aparecem em segundo lugar, com 29,8%. Por último estão os cosméticos para cabelo, que apresentam uma porcentagem de 18,4%.
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Expectativas promissoras para o mercado da beleza no Brasil até 2027
A expectativas para o mercado de cosméticos do Brasil entre 2022 e 2027 são de que o país cresça a um CAGR de 6,97%. Em valores, esse aumento representa US$ 4,72 bilhões. A estimativa foi apresentada em um estudo elaborado pela Technavio, que cobre extensivamente a segmentação de mercado por produto para a pele, cabelos, cosméticos coloridos e fragrâncias e desodorantes; e canais de distribuição, offline e online.
O comércio eletrônico está entre os principais fatores que contribuíram com o impulsionamento do mercado de cosméticos no Brasil. Com o crescente uso da internet nos dispositivos móveis, o varejo online foi impulsionado. Além disso, os produtos passaram a ser mais expostos no e-commerce, e facilitou o acesso dos consumidores, que passaram a ter mais facilidades em suas compras.
Além disso, de acordo com o estudo da Technavio, o marketing multicanal teve um papel fundamental no crescimento do mercado de cosméticos no Brasil. A adoção das mídias sociais como plataformas para divulgação dos produtos foi significativa. As marcas têm também se adaptado às novas tecnologias para conquistar o público, como o sistema chamado de TrendSpotter, lançado pela L’Oréal. Ele usa inteligência artificial para analisar milhões de comentários, imagens e vídeos postados online. O objetivo é detectar tendências antes das marcas concorrentes. Assim, a L’Oréal pode desenvolver produtos e incorporar no seu marketing online os termos e tópicos que atualmente cativam os consumidores.
O estudo da Technavio estima que, atualmente, 70% dos brasileiros compram produtos falsificados. Nesse cenário, o maior desafio do mercado de cosméticos é a disponibilidade das marcas falsificadas, uma vez que ainda há o problema para que os consumidores diferenciem os produtos falsos dos originais. Só em 2022, o mercado brasileiro de cosméticos e higiene pessoal teve um impacto de R$ 21 bilhões. O valor foi divulgado pelo FNCP (Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade). Isso torna a pirataria um dos desafios do setor.
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