Sora, modelo de Inteligência Artificial (IA) generativa da OpenAI capaz de transformar comandos por texto em vídeos realistas, agora está disponível agora para assinantes do ChatGPT Plus e Pro. A ferramenta promete impactar a criação de conteúdo audiovisual ao permitir que usuários gerem vídeos de até 20 segundos com resolução Full HD (1080p), em formatos variados, como tela ampla, vertical ou quadrada. Além disso, oferece recursos como remixagem de ativos preexistentes e criação totalmente nova a partir do texto.
Sora, anunciada pela primeira vez em fevereiro, é equipada com interfaces intuitivas que incluem uma ferramenta de storyboard, permitindo uma personalização precisa de cada quadro do vídeo. Para usuários mais exigentes, o plano Pro oferece vantagens como maior duração dos vídeos e resoluções superiores. No entanto, a OpenAI reconhece que a tecnologia ainda possui limitações, como, por exemplo, ações complexas e física realista continuam sendo desafios a serem superados.
A empresa também afirmou sua preocupação com o uso ético da tecnologia. Desde o lançamento, medidas preventivas foram implementadas para evitar abusos, como a criação de deepfakes. “Hoje, estamos bloqueando formas particularmente prejudiciais de abuso, como materiais de abuso sexual infantil e deepfakes sexuais”, afirmou a OpenAI.
Transformando o storytelling de marcas
O uso da IA em campanhas vai além da estética. Ela está se tornando indispensável para marcas que buscam personalização e inovação. Não à toa, as marcas estão experimentando narrativas que antes pareciam inviáveis.
O impacto de ferramentas como Sora no mercado publicitário já começa a ser sentido. Com a capacidade de gerar narrativas visuais hiperrealistas, a IA está provocando um novo debate sobre autenticidade em uma era marcada pela pós-verdade. A questão central passa a ser: o que ainda é real no mundo da publicidade?
Segundo dados da pesquisa VisualGPS, realizada pela Getty Images e iStock, 51% dos consumidores brasileiros não devem alterar seu envolvimento com marcas que usam imagens geradas por IA, enquanto 49% demostraram incerteza sobre suas reações em relação ao uso da tecnologia na publicidade.
Por outro lado, segundo o estudo “The economic potential of generative AI: The next productivity frontier”, da consultoria McKinsey, a IA generativa pode contribuir com até US$ 4,4 trilhões na produtividade global anual. E as áreas de marketing e vendas fazem parte dos quatro principais grupos que podem colher 75% desse valor. O relatório ainda aponta que a produtividade do marketing pode aumentar entre 5% e 15%.
Essa discussão ganha força ao observarmos campanhas que já utilizam Inteligência Artificial para redefinir o conceito de criatividade. Um exemplo veio do Japão, onde o McDonald’s lançou sua primeira campanha inteiramente criada com IA. Desde o roteiro até a atuação da influencer virtual que estrelou a peça, tudo foi desenvolvido com IA.
Outro marco foi uma campanha da rede de clínicas São Lucas, do Grupo Fleury, que abraçou a ideia e o resultado surpreendeu tanto a agência como a própria rede. A partir do briefing criativo, o “marketing de guerrilha” que traz um alerta sobre a importância de exames de diagnóstico para a prevenção e tratamento de doenças, com personagens de vários perfis e faixas etárias, foi executado 100% por Inteligência Artificial.
Toys”R”Us
Em julho deste ano, a icônica marca americana de brinquedos Toys”R”Us surpreendeu o mercado ao lançar um comercial criado com Inteligência Artificial. O curta-metragem estreou no prestigioso Festival de Cinema de Cannes, marcando um momento significativo para a indústria audiovisual. A produção utilizou amplamente a ferramenta Sora, da OpenAI.
A escolha de Cannes como palco para o lançamento não foi por acaso. O festival, símbolo de excelência e criatividade no cinema, serviu como um contraponto ao debate em curso sobre o impacto da IA nas indústrias criativas.
Confira o comercial da Toys”R”Us feito por Sora: