Em uma carta endereçada aos shareholders, Andy Jassy, CEO da Amazon.com, afirmou que a Inteligência Artificial irá reinventar virtualmente toda a experiência do consumidor e permitir que novos formatos sejam criados – experiências essas que nem conseguimos imaginar.
O documento compartilha a visão do líder sobre o ano de 2024 para a companhia global, os principais resultados dos negócios do ecossistema da Amazon e reforça a cultura organizacional do “por quê?”. “Ao longo dos últimos 30 anos, descobrimos que uma das chaves mais importantes para destrancar portas tem sido uma pergunta simples: ‘Por quê?'”, aponta Jassy. “A Amazon é uma empresa do ‘Por quê’. Nós perguntamos ‘por quê’ e ‘por que não’ o tempo todo. Isso nos ajuda a desconstruir problemas, chegar às causas raízes, entender os obstáculos e abrir portas que antes pareciam intransponíveis.”
Agora, segundo o executivo, a próxima “geração de por quês” será liderada pela Inteligência Artificial generativa.
Por que a IA é tão importante?
Segundo Andy Jassy, na carta, “A Inteligência Artificial generativa vai reinventar praticamente todas as experiências do cliente que conhecemos e possibilitar novas experiências sobre as quais até agora apenas fantasiamos”.
Além disso, o executivo destaca que a tecnologia está sendo aplicada com foco em produtividade e redução de custos, o que está ajudando as organizações a economizarem. Cada vez mais, veremos a IA mudando as regras em códigos, busca, compras, assistentes pessoais, cuidados primários, pesquisas médicas, robótica, serviços financeiros, “em tudo”.
“Mas, se as suas experiências com o cliente não estiverem planejando aproveitar esses modelos inteligentes – sua capacidade de consultar enormes volumes de dados e encontrar rapidamente a agulha no palheiro, de ficarem cada vez mais inteligentes com mais feedbacks e dados, e de desenvolverem capacidades cada vez mais autônomas – você não será competitivo. Em quanto tempo? Não vai acontecer tudo em um ou dois anos, mas também não vai levar dez. Está acontecendo mais rápido do que quase tudo o que a tecnologia já viu”, destaca.
Aplicação da IA na Amazon
Andy Jassy ainda escreve que mais de mil aplicações de IA generativa estão sendo construídas na Amazon, com o objetivo de transformar a experiência do consumidor em áreas como jornada de compra, assistência virtual, no streaming de música e vídeos, marketing, leitura e devices inteligentes.
Para isso, um capital de investimento substancial é requisitado. “Na AWS, quanto mais rápido a demanda cresce, mais data centers, chips e hardware precisamos adquirir (e os chips de IA são muito mais caros do que os chips de CPU). Investimos esse capital antecipadamente, mesmo que esses ativos sejam úteis por muitos anos – no caso dos data centers, por pelo menos 15 a 20 anos.”
No entanto, a IA não precisa ser tão cara para os consumidores, nem hoje, nem no futuro, afirma o executivo. “Reduzir o custo por unidade na IA vai liberar o uso da tecnologia de forma tão ampla quanto os clientes desejarem, além de levar a um aumento geral nos investimentos em IA. É como aconteceu com a AWS. Revolucionar o custo de computação e armazenamento levou, felizmente, a um menor custo por unidade – e também a mais invenção, melhores experiências para os clientes e um aumento absoluto nos gastos com infraestrutura.”
Resultados da Amazon
Na carta, Andy Jassy destaca os principais resultados da Amazon no ano de 2024. A empresa teve um crescimento de receita de 11% ano a ano, passando de US$ 575 bilhões para US$ 638 bilhões. Já a receita da AWS aumentou 19% ano a ano, de US$ 91 b ilhões para US$ 108 bilhões. “Para efeito de comparação, há apenas 10 anos a receita da AWS era de US$ 4,6 bilhões e, nesse mesmo ano, a receita total da Amazon era de uS$ 89 bilhões”, afirma.
O executivo ainda destaca algumas das ações que levaram a uma maior satisfação e facilidade para os consumidores da Amazon. É o caso a da expansão de produtos no segmento de Lojas, lançamentos da AWS em infraestrutura de serviços de IA, novas temporadas e programações no Prime Video, e até o lançamento de um novo modelo do dispositivo Kindle.
No entanto, o líder é enfático ao apontar a IA como o futuro do negócio e da experiência do consumidor.
“Operamos como a maior startup do mundo, em grande parte por causa da nossa cultura do ‘Por quê’, afirma. “Nem sempre acertamos tudo, e aprendemos e iteramos intensamente. Mas estamos constantemente escolhendo priorizar os clientes, a entrega, a invenção, a responsabilidade, a velocidade, a agilidade, a curiosidade e a construção de uma empresa que dure além de todos nós. Continua sendo o Dia Um.”