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Como tornar as tecnologias avançadas mais acessíveis?

Como tornar as tecnologias avançadas mais acessíveis?

Executivos de diversos setores avaliam os caminhos para tornar as novas tecnologias mais acessíveis para todas as camadas da população.

Nos últimos meses, o lançamento crescente de novos modelos de Inteligência Artificial (IA) e as promessas com essa tecnologia apontam para um futuro transformador. Profissionais de diversas áreas já consideram a IA uma ferramenta do seu dia a dia. No Brasil, por exemplo, 83% dos trabalhadores intelectuais utilizam IA, segundo o Índice de Tendências de Trabalho, da Microsoft e LinkedIn.

Evidente que a IA já traz inúmeras vantagens para as organizações e ganhos de produtividade para que a utiliza. Para a sociedade, o cenário é um pouco mais complexo, com os desafios da conectividade e do letramento digital para a consolidação da IA – apesar de grandes avanços conquistados.

Para entendermos como as lideranças estão trabalhando essa visão mais ampla da IA, fizemos uma questão pontual para alguns executivos: Como tornar as tecnologias avançadas acessíveis para todas as camadas da população?

Natalia Calixto, diretora de Gestão de Valor do Consumidor do Grupo Boticário

“A chave para isso está na escalabilidade. Nossos investimentos em IA não se restringem a oferecer experiências premium, eles também nos ajudam a otimizar operações, reduzir custos logísticos e melhorar a eficiência em toda a cadeia de valor. Essa nossa abordagem garante que a inovação tecnológica reflita a diversidade dos nossos consumidores. Além disso, acreditamos no poder das parcerias estratégicas com startups e outras empresas de tecnologia para adaptar estratégias para diferentes perfis. Um exemplo disso é o recomendador de maquiagem, desenvolvido com a Haut.AI, que antes de ser escalado para os e-commerces O Boticário, foi ajustado com a diversidade de peles brasileiras, garantindo mais assertividade e representatividade nas recomendações”.

Bruno Ferreira, CTIO da C&A.

“Com a popularização de ferramentas como o ChatGPT e outras soluções open source, o grande diferencial está no ‘como’ usamos essas tecnologias: a capacidade de explorar comandos e aplicações que realmente entreguem valor para nossos clientes. A C&A se orgulha de ser uma marca que atende todo seu público com personalização e inovação. Avanços como o app C&A&VC, que usa gamificação para captar as preferências das clientes e transformá-las em coleções, e o C&A Pay, nosso cartão 100% digital com pagamento via biometria facial, garantindo conveniência e segurança. Essas soluções destacam nosso foco em criar experiências fluidas e acessíveis, provando que é possível inovar para todos”.

Igohr Schultz, diretor-executivo Digital do Hospital Albert Einstein

“O custo dessas tecnologias tem diminuído consistentemente, o que torna a implementação e o uso da IA, por exemplo, cada vez mais viáveis. A transformação digital desempenha um papel essencial nesse processo, especialmente com a adoção de modelos baseados em cloud native, que permitem uma redução significativa nos custos operacionais e aceleram a implementação de novas tecnologias. No entanto, para garantir o acesso a todas as camadas da população, é importante, também, que haja um aprimoramento da eficiência dos provedores e investimentos em uma infraestrutura tecnológica amplamente distribuída, capaz de atender tanto grandes centros urbanos quanto regiões mais remotas”.

Edgar Gil Rizzatti, presidente de Unidades de Negócios Médico, Técnico e Novos Elos do Grupo Fleury

“Desenvolver ferramentas de IA de baixo custo, como aplicativos móveis e chatbots para triagem de sintomas, orientações básicas e monitoramento remoto, pode facilitar o acesso a cuidados básicos em locais remotos. Parcerias público-privadas também têm um papel importante na democratização do acesso à saúde. Podemos citar, por exemplo, a parceria que temos com a ONG Gerando Falcões para a instalação de uma cabine de telemedicina na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP), onde os moradores que tiverem necessidades de saúde podem passar por triagem e teleconsulta, com atendimento de equipe de profissionais do Grupo Fleury – composta por médicos que atuam à distância e técnicos de enfermagem no local”.

Roberto Valério, CEO da Cogna

“Para tornar as tecnologias avançadas, como a IA, acessíveis para todas as camadas da população, a estratégia da Cogna é criar ferramentas que permitam que as próprias áreas do negócio desenvolvam suas soluções de IA e, depois, levá-las para outras áreas que queiram criar adaptações – em vez de contar com uma área isolada de IA prestando serviços a outras áreas. Deste modo, custos indiretos e etapas de processos são eliminados. Para viabilizar tudo isso, a tecnologia só é aplicada na Cogna se o custo de IA for menor do que o que já é feito. Por exemplo, o consumo de processamento em nuvem para as aplicações de IA – responsáveis por alta demanda desse tipo – não ultrapassa 4% do custo anual de nuvem. Não há um provisionamento específico para as aplicações de IA feitas pela companhia. Como tudo na nuvem, se for bem pensado do ponto de vista de código, de arquitetura de aplicação, se ele for bem pensado na raiz, então se consome pouco.”

Silvina Mirabella, general Manager Retail Brasil da Essilor Luxottica

“Tornar a tecnologia acessível é um dos grandes desafios para o setor varejista no Brasil. Na EssilorLuxottica, trabalhamos para democratizar inovações em saúde visual e atendimento ao consumidor. Um exemplo são os Demotools Interativos que implementamos em nossas lojas, que permitem aos consumidores entenderem melhor os benefícios dos produtos, como lentes com proteção contra luz azul ou adaptáveis à luminosidade. Essas tecnologias foram desenvolvidas pensando em escalabilidade e impacto, garantindo acesso a todos os consumidores”.

Marisa Reghini, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do Banco do Brasil

“Acredito que o caminho para tornar as tecnologias avançadas mais acessíveis é definir uma estratégia de tecnologia que combine inovação, eficiência e sustentabilidade. Os volumes de processamento só tendem a aumentar e otimizar os processos atuais é crucial, inclusive para a perenidade dos negócios. No Banco do Brasil, adotamos o uso de plataformas tecnológicas que nos permitem acelerar e escalar nossas entregas por meio da automação de processos, personalização de serviços e melhoria contínua da experiência do usuário. Inteligência Artificial, Mobile e Nuvem são alguns exemplos dessas plataformas que têm contribuído para a promoção da eficiência e redução de custos na tecnologia do BB”.

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