A evolução dos meios de pagamento no Brasil é notável. O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, é case de referência mundial como uma das maiores inovações do setor. Agora, as tradicionais maquininhas de cartão estão passando também por uma transformação tecnológica, com a aceleração da digitalização do setor.

Neste sentido, as maquininhas continuam sendo um dos pilares do varejo. Elas evoluíram para acompanhar as novas tecnologias e atender às demandas de consumidores e lojistas. Para Fernando Otani, diretor de soluções de pagamento da Positivo Tecnologia, o futuro dos meios de pagamento caminha para soluções ainda mais inteligentes.

“As operadoras de telecom melhoraram a conectividade, o que permitiu levar maquininhas para regiões antes inacessíveis. Os bancos digitais expandiram o acesso ao crédito e ao débito para a população mais simples, e nós também conseguimos chegar até ela”, explica Fernando Otani.

O desafio da segurança

O desafio agora é equilibrar inovação e segurança. Para Otani, o brasileiro é um early adopter, sempre disposto a testar novas tecnologias. Isso exige que as soluções avancem rápido, mas sem comprometer a segurança. “Hoje, uma maquininha de pagamento é um dos dispositivos mais seguros do mundo. Elas são projetadas, certificadas e normalizadas com padrões rigorosos”, afirma o executivo.

Com novas tecnologias surgindo, o risco de golpes também aumenta. Por isso, a segurança é uma prioridade. As maquininhas, por exemplo, possuem 18 tipos diferentes de certificação e um sistema de proteção que impede qualquer tentativa de invasão. Caso alguém tente adulterá-las, os algoritmos embarcados fazem com que o software e as chaves de criptografia se autodestruam, travando o dispositivo.

Pagamento na palma da mão

Uma das tendências que vem ganhando força no mundo é o pagamento biométrico, com reconhecimento facial e leitura da palma da mão. Na China, esse último método é amplamente utilizado em supermercados, lojas e até no metrô.

Um vídeo da influenciadora brasileira Marina Guaragna viralizou nas redes sociais no final do ano passado ao mostrar um método de pagamento da China, no qual é necessário apenas usar a palma da mão para concluir as transações financeiras.

De acordo com Fernando, o reconhecimento pela palma da mão oferece vantagens em relação à biometria facial. “O pagamento com a palma da mão resolve desafios do reconhecimento facial, como iluminação e privacidade. A tecnologia utiliza câmeras térmicas para identificar padrões do fluxo sanguíneo, tornando o processo mais seguro e preciso”, explica Otani.

A Positivo Tecnologia está investindo nesse modelo para o Brasil. Embora ainda não haja um dispositivo amplamente disponível no mercado, a empresa já está conduzindo testes e prevê pilotos ainda este ano.

“Nosso objetivo é oferecer uma solução que atenda diferentes perfis de consumidores. Alguns preferem cartões físicos, outros pagam por aproximação, QR code ou biometria. E a Positivo, como obrigação de desenvolvimento e tecnologia e vanguarda, prefere apostar e desenvolver algo que traga a competitividade e adote o maior meio”, destaca Otani.

O novo conceito de maquininhas de pagamento

Há alguns anos, quando se falava em máquina de pagamento, a primeira coisa que vinha à mente era a maquininha tradicional. Com a digitalização, o conceito de maquininha de pagamento está mudando.

Totens, tablets de mesa e diversos outros dispositivos se tornaram máquinas de pagamento, assumindo diferentes formatos e funções. Tudo pode se transformar em um ponto de pagamento, ampliando as possibilidades para o varejo. “Antes, a máquina de pagamento atendia a jornada do varejo. Hoje, a jornada do varejo acontece dentro da máquina de pagamento. É uma mudança completa”, conclui.