A pesquisa “A Permanência da Impermanência”, realizada pela consultoria de estudos comportamentais Neura, em parceria com a PiniOn, destaca como a impermanência pode ser compreendida e aplicada nas mais diversas áreas e hábitos da nossa vida, transformando a nossa percepção de mundo.
Segundo o estudo, 80% da população acredita que é possível se preparar para viver mais e melhor, mas apenas 4% das pessoas relatam que sempre se planejaram para isso.
Para Andre Cruz, fundador e CEO da Neura e expert em Neurociência e Comportamento, entender e aceitar a impermanência nos ajuda a refletir sobre como é possível impactar pessoas e organizações para um amanhã menos resistente a mudanças. “É uma nova maneira de enxergar a vida, a sociedade e a forma como consumimos”.
No início deste ano, essa mesma pesquisa apontou as sete principais formas de enxergar a vida por meio dos diferentes “Perfis Impermanentes”: Pessimistas; Otimistas; Utopistas; Progressistas; Relativistas; Idealistas e Protagonistas.
Nesse novo recorte, destacamos os insights e reflexões sobre o impacto da impermanência nas diferentes áreas da vida do indivíduo, demonstrando algumas alterações de hábitos que irão moldar o comportamento social nos próximos anos. Confira!
1. A saúde impermanente
No novo modelo desse coletivo, o levantamento revela que a saúde estará muito relacionada com a prevenção e os tratamentos personalizados para cada necessidade e fase da vida, levando em conta necessidades física, mental e social do ser humano. Nesse contexto, algumas inovações intensificam a saúde impermanente:
- Saúde regenerativa: reavaliação e reestabelecimento de hábitos constantemente;
- Saúde remota: exploração da telemedicina como democratizador da área;
- Saúde monitorada: uso de novas tecnologias para acompanhamento contínuo e profundo;
- Saúde holística: considerando o ser humano como um todo (físico, mental, social etc) e integrando essas diferentes áreas para o tratamento – que interagem entre si, como a Medicina, a Psicologia e a Nutrição.
2. Moradia impermanente
“Tudo o que falamos aqui é sobre adaptação e, nesse caso, não seria diferente. Os cômodos mudam de uso, as pessoas alteram as vontades e os moradores podem mudar também. Com isso em mente, surgem opções diferentes para cada necessidade – moradias compartilhadas, sob demanda, intergeracional, multifuncional e assistida”, completa Andre Cruz.
3. Trabalho impermanente
Esse conceito, de acordo com o estudo, traz sistemas mais flexíveis, adaptáveis e menos hierarquizados. Com foco em colaboração, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, cuidado com a saúde mental e aprendizado constante, o modelo permite a diversidade de gerações, adaptabilidade para sistemas remotos, autonomia dos profissionais e dinamismo. “Precisamos garantir que as pessoas participem ativamente na construção dessa nova ordem”, comenta Andre Cruz.
4. Mobilidade impermanente
Tendo em vista as necessidades coletivas, segundo o levantamento, essa área traz mais acessibilidade, sustentabilidade e democratização. “Em um cenário de consolidação da vida urbana com seus respectivos problemas de custos e impacto cada vez mais complexos na vida social, a mobilidade do futuro precisa ser mais limpa, coletiva, sustentável e acessível, garantindo o direito básico de ir e vir de todo cidadão. Isso é sobre investir em conexão humana. É hora de criar espaços para discutir como desenhar o futuro e não ignorar o que vem pela frente”, acrescenta o CEO.
5. Alimentação impermanente
Com tendências como qualidade, consciência e sustentabilidade, esse modelo busca mais equilíbrio e pensa em melhorar, a longo prazo, o padrão de vida da população. “Neste aspecto é importante falarmos também sobre a personalização. Cada organismo responde de forma diferente e absorve os alimentos de maneiras distintas, por isso, precisamos reforçar que, como tudo na impermanência, a comunidade será moldada pela adaptação”, complementa Andre Cruz.