Após sofrer com o alto preço de alimentos básicos nos supermercados, o consumidor brasileiro deve se deparar também com o aumento do valor das roupas. Isso porque o preço do algodão subiu no campo, encarecendo a indústria, o que deve refletir em aumento dos produtos têxteis.
Produtos da temporada outono/inverno de 2021, já em produção, estão sendo feitos com preços até 40% mais caros do que há um ano.
No começo do ano, quando as medidas de isolamento social foram implementadas, o setor têxtil foi pego de surpresa e praticamente paralisou. Em julho, porém, com a retomada gradual, houve, segundo o IBGE, aumento de 25% nas vendas de tecidos, vestuários e calçados, em relação ao mês anterior. Apesar da parcial recuperação, setor ainda registra queda de 19,75% nos últimos 12 meses.
Demanda reprimida
Segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), há uma demanda reprimida entre os compradores de melhores condições financeiras.
Esses consumidores contiveram gastos nos primeiros meses da crise sanitária, mas, com a situação caminhando gradualmente para a normalidade, devem retomar as compras, impulsionados pela volta ao trabalho presencial e a iminente retomada das aulas.
Alto preço do algodão
Como resultado, os empresários precisaram ir atrás de matéria prima em um momento que o algodão está mais caro, pois há poucos insumos disponíveis e menos oficinas funcionando, já que parte considerável teve de fechar as portas devido às consequências da crise.
Por essa combinação de fatores atípicas para o setor, apesar da safra alta, a arroba do algodão pluma subiu 35% em 12 meses até agosto.
Com o dólar ultrapassando a casa dos R$5,00, é mais vantajoso exportar e há menos produto para o mercado interno, reduzindo a quantidade de algodão disponível para a produção.
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