A farmacêutica norte-americana Eli Lilly, responsável pela produção dos medicamentos populares Mounjaro e Zepbound anunciou a aquisição da Verve Therapeutics, startup de biotecnologia especializada em genética, por até US$ 1,3 bilhão. A operação é um movimento da gigante farmacêutica para integrar terapias de ponta e transformar o tratamento de doenças cardiovasculares
Por que é importante saber? A Verve está desenvolvendo uma nova geração de medicamentos de edição genética voltados para a redução de fatores de risco cardiovascular, com foco no gene PCSK9, associado aos níveis de colesterol. O principal ativo da empresa, o VERVE-102, está em fase clínica e foi projetado para ser administrado apenas uma vez, com potencial para substituir terapias crônicas em uso atualmente.
“O VERVE-102 tem o potencial de ser a primeira terapia de edição genética in vivo para amplas populações de pacientes e pode mudar o paradigma do tratamento de doenças cardiovasculares, de cuidados crônicos para um tratamento único”, afirmou em nota Ruth Gimeno, vice-presidente da Lilly para pesquisa em diabetes e metabolismo. “ Lilly está ansiosa para receber nossos colegas da Verve e dar continuidade ao desenvolvimento desses novos medicamentos promissores, com o objetivo de melhorar os resultados para pacientes com doenças cardiovasculares e atender à significativa necessidade médica não atendida nessa área”
Para Sekar Kathiresan, CEO e cofundador da Verve, a parceria marca uma nova fase. “Estamos entusiasmados em concretizar o próximo capítulo na área de cuidados cardiovasculares, onde um único tratamento pode levar à redução dos fatores de risco cardiovascular ao longo da vida e melhorar a vida de milhões de pacientes que vivem com doenças cardiovasculares”, afirmou em nota.
Mercado otimista com a Lilly
A compra da Verve chega em um momento de forte valorização da Lilly. Graças ao aumento das vendas dos medicamentos Mounjaro e Zepbound, voltados para diabetes e perda de peso, a empresa registrou um crescimento de 26% na receita do primeiro trimestre de 2025, segundo o Financial Times. A farmacêutica, avaliada em US$ 700 bilhões e atualmente a maior do setor em valor de mercado, projeta uma receita anual próxima de US$ 2 bilhões, de acordo com a apuração do veículo.
A transação é um reflexo do investimento da indústria farmacêutica em terapias de edição genética como alternativa de longo prazo a tratamentos crônicos. Para os investidores, a aquisição amplia o portfólio da Lilly em uma área estratégica e com alta demanda futura.