De 2012 a 2013, o número de famílias endividadas no País passou de 59% para 63%, segundo dados da quarta edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e divulgados nesta segunda (1º). O aumento entre um ano e outro foi de 9,6% e o montante de dívidas já soma R$ 16,1 bilhões, acréscimo de 8% frente aos R$ 14,9 bilhões do ano anterior.
Apesar de o valor total ter crescido, a parcela mensal das dívidas caiu 1,5%, para R$ 1.840. Com isso, o comprometimento da renda das famílias com dívidas ficou estável, em 30%. Nos últimos três anos a inadimplência das pessoas físicas tem se mantido em ?padrões aceitáveis?, segundo economistas da Federação. Em 2013, 13,9% dos endividados tinham parcelas vencidas há mais de 15 dias. A inadimplência de curto prazo – de 15 dias a três meses – abrangia, no ano passado, 6,6% do total de famílias com dívidas e a de longo prazo – acima de 90 dias – 7,2%.
Segundo os economistas, esta estabilidade deve-se à cautela do consumidor na tomada de crédito. ?Esse comportamento impactou diretamente no desempenho do varejo, que registrou aumento bem abaixo da média de anos anteriores e que ainda persiste em 2014?, considerou a federação.
Os economistas observam ainda que a tendência é de o mercado de famílias tomadoras de crédito ficar ao redor de 60% do total – asseguradas pela renda e pelo emprego em níveis positivos, seja para consumo ou para quitação de dívidas. De toda forma, esse cenário pode se modificar, caso a inflação se mantenha em patamares elevados por um período maior.
Considerando as cidades, em Curitiba está o maior percentual de famílias endividadas do País, chegando a 87%, seguida de Florianópolis (86%), Brasília (84%), Belém (78%) e Palmas (78%). Na outra ponta, Goiânia aparece entre as capitais com menor percentual, de 46%. Na capital paulista, com a maior população no País, o valor mensal de dívidas das famílias em 2013 foi de R$ 3,2 bilhões em média, após crescimento de 9,5% em relação ao ano anterior.