De acordo com um estudo da Nielsen, 30% dos brasileiros estão atentos aos ingredientes que compõem os produtos que consomem. Assim, deixam de se preocupar apenas com sabor, aparência e preço e passam a se importar com fatores como saudabilidade, cadeia de produção, origem dos insumos e sustentabilidade.
30% dos brasileiros estão atentos aos ingredientes que compõem os produtos que consomem
Na prática, o consumidor exige transparência das empresas. Tudo precisa ser dito. Por isso, qual a importância da clareza do diálogo entre empresa e consumidor? Esse foi o tema do painel “Sem medo do diálogo: a hora e a vez das empresas destemidas”, no segundo dia de CONAREC.
Com a complexidade do cliente, a exigência de um atendimento personalizado e conhecimento do processo de produção de um produto ou serviço leva empresas a repensarem seus projetos de criação.
Alexandre Boldrin Ferreira, Sales e Marketing Management da Bosch, conta que, apesar de sua área de trabalho ter sido criada recentemente na organização alemã com mais de 100 anos de fundação, pensar no cliente é o que qualquer empresa deve se preocupar.
“A transparência nas relações não é apenas um diferencial, ela é mandatória. Um dos fundadores da Bosch tem uma frase que serve como regimento do nosso trabalho. Para ele, é preferível perder dinheiro do que perder confiança. Falamos sobre a engenharia, pesquisa, desenvolvimento de um produto, mas quando o assunto são serviços, de como ele foi feito, é mais difícil qualificar”
Alexandre Boldrin Ferreira
Sales e Marketing Management da Bosch
A WeWork – empresa imobiliária americana que fornece espaços de trabalho compartilhados para comunidades de startups de tecnologia e serviços – traz a cultura do compartilhamento e vivência conjunta, de acordo com Juliana Reis, Experiental Marketing da empresa.
“Temos uma cultura muito forte, valores muito fortes. O valor da comunidade é muito grande pra gente. Ele está aqui naquilo que fazemos. Nosso maior desafio é introduzir a comunicação que temos internamente para os nossos clientes, as empresas que estão junto com a gente”, comenta a diretora.
Qual o desejo do cliente?
O novo consumidor é exigente, se comunica e está conectado tanto com a empresa que ele quer adquirir o produto quanto com outros consumidores. Com isso, o cenário obriga empresas a estabelecerem novas políticas.
Petrus Moreira, Superintendente de Produtos e Finanças da Veloe, um dos braços da Alelo, ressalta a inovação presente em empresas mais jovens, que já nasceram nesse contexto de transparência.
“A vantagem de ser uma empresa mais nova é que você já nasce naquela época. Nascemos em uma jornada 100% digital, não esquecendo do relacionamento que precisamos ter com o consumidor que é transparente e busca essa transparência”
Petrus Moreira,
Superintendente de Produtos e Finanças da Veloe
A presença no cliente na concepção do projeto é fundamental para entender quais as dores, as expectativas e aquilo que ele quer receber em uma entrega. Mas até que ponto entregar aquilo que o consumidor deseja é factível?
“Ter essa transparência e fazer com que as áreas da empresa trabalhem em prol de um proposito único traz o cliente para o centro, para incentivar a criação de inovações para atender esse mercado”, afirma Bruno Cedaro, Diretor Executivo da Pontal Tech, empresa desenvolvedora de experiências digitais.
O eixo é o cliente, o fator humano é o que dita as mudanças tecnológicas. A co-criação e a entrega são mais genuínas do que um produto pronto.
“Colocar o cliente para construir junto uma empresa que é capaz de explorar oportunidades em conjunto, e talvez mostrar também que aquilo que o cliente quer nem sempre é o que ele precisa, mas que vocês podem pensar juntos para oferecer uma solução ainda melhor”, finaliza Ana Bavon, consultora e mediadora do painel.