Comprar direto de quem fabrica tem vantagens para o consumidor e para a indústria. Mas os processos logísticos são um desafio para as indústrias que querem trabalhar na modalidade de e-commerce. A operação, chamada D2C (Direct to Consumer), exige uma logística que trabalhe bem com volumes fragmentados, que dependem das vendas, para atender o consumidor de forma satisfatória.
Algumas marcas já têm investido na venda direta ao consumidor. O modelo pode representar uma conveniência para clientes, ao garantir um preço menor e entregas mais rápidas ao evitar a utilização de intermediários
Mas se lidar diretamente com o consumidor traz vantagens, também traz desafios. “Afinal de contas, a cada dia que passa, as pessoas estão sendo mais e mais bombardeadas com ofertas e abordagens para que se fidelizem a uma marca, uma loja, um produto, um serviço. Por isso, é de extrema importância saber identificar e trabalhar os benefícios de ter uma relação direta com o consumidor. Dessa forma, além de vender mais, a indústria tem a chance de fidelizar seus clientes. E nisso o atendimento no D2C pode fazer toda a diferença”, explica Eduardo Maruxo, sócio da MRX Consultoria.
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É preciso adequar o mindset ao e-commerce
Em relação à logística, a indústria trabalha com a distribuição de um volume grande de produtos com prazos muitas vezes mais flexíveis, enquanto no e-commerce as vendas e entregas são fracionadas de acordo com a demanda. Além disso, é um modelo que representa uma parte das atividades industriais. Para manter o equilíbrio entre as duas abordagens é necessário planejamento, pontua Maruxo.
“Se a questão dos processos logísticos não for pensada antes da indústria ingressar no e-commerce é preciso ter atenção. Esse tópico pode gerar surpresas para o seu time logístico. Isso porque esses processos podem sofrer com profunda dificuldade de adaptação à nova realidade. Além disso, podem causar muitos ruídos no relacionamento com o cliente”, pondera o consultor.
“Comparando-se com a dinâmica tradicional, que geralmente é pautada por atender grandes pedidos olhando para a movimentação de pallets e o abastecimento de alguns caminhões por dia, os processos são bastante diferentes”, completa Maruxo.
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Para entender melhor: como funciona a logística
Processos logísticos podem ser definidos como todas as ações realizadas dentro de uma empresa com o objetivo de controlar e planejar melhor a logística de um produto. Leva em consideração todo o fluxo de materiais e informações que passam pelo processo. Isso vale desde a negociação com o fornecedor até a entrega ao cliente final.
Dicas para um processo fluido de D2C
O grande objetivo de processos logísticos é sempre buscar a melhor forma de produzir e distribuir aquilo que é produzido pela empresa. A MRX Consultoria dá algumas dicas para que os processos logísticos no D2C garantam uma boa performance no e-commerce:
Possuir diferenças mínimas de estoque
Para manter o nível de estoque é preciso fazer um controle regular de entradas e saídas, assim como verificações sobre a conformidade do produto;
Ter uma rígida classificação de produtos
Todo produto possui seu próprio ciclo de vida. Uma boa codificação ajuda o produto a ser reconhecível e escolhido com facilidade;
Monitorar para evitar erros de expedição
Cada etapa necessita de atenção, desde a relação de pacotes, seleção de produtos, controle da conformidade, parâmetros de embalagem, até a chegada ao consumidor;
Contar com boas transportadoras
Em geral o transporte é um serviço terceirizado. Para assegurar a qualidade do processo é necessário aprender a solicitar informações corretas, a contratar e avaliar a qualidade do serviço.
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Foque na experiência do cliente
Para as empresas que desejam empreender no e-commerce, uma alternativa é operar em novos canais fora de seus processos logísticos industriais. Uma opção é contratar empresas especializadas
Contudo, a estratégia de venda direta é um investimento de longo prazo. A MRX destaca ser fundamental construir um plano estratégico antes de contratar e investir no e-commerce. Isso porque é um formato de vendas em que a indústria não está tão familiarizada a conduzir a partir do seu mindset tradicional.
Outro aspecto é estabelecer uma relação com o consumidor. Para isso, é preciso um trabalho estruturado, que inclua a pesquisa sobre o público-alvo e coleta de dados para conhecê-lo mais profundamente, gerando assim insights que estabeleçam um vínculo com o cliente e possibilidades de personalização que inspirem a fidelidade e ampliem o ciclo de vida do cliente com a indústria.
Maruxo recomenda investir na omnicanalidade, para alcançar o cliente em todos os pontos de contato possíveis. “Além disso, é importante que todos esses canais estejam integrados, à disposição do consumidor final”, indica o consultor.
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