O acesso a smartphones tem acontecido cada vez mais cedo entre crianças e jovens no Brasil. Uma pesquisa realizada pela Panorama Mobile Time/Opinion Box revelou que 30% das crianças entre 4 e 6 anos têm um dispositivo móvel próprio e, ainda mais cedo que isso, na faixa dos 0 aos 3 anos, 12% também já possuem os próprios aparelhos.
O estudo concluiu que isso pode ter relação com a influência da presença massiva da tecnologia no dia a dia das pessoas, desde que acordam até a hora de dormir.
As crianças se espelham nos adultos, por isso se os pais fizerem uso excessivo dos smartphones é natural que os filhos queiram imitá-los.
Em uma análise de acordo com o gênero, constatou-se que ter celulares próprios é mais comum entre os meninos (44%) do que entre as meninas (39%).
No total, 83% das crianças brasileiras de 0 a 12 anos acessam um smartphone, seja ele próprio ou emprestado pelos responsáveis.
Além disso, o anseio pelo objeto começa logo nos primeiros anos de vida. As entrevistas feitas com os pais para o estudo indicaram que 40% das crianças de até três anos de idade já pediram o aparelho de presente.
Outro dado interessante é o fato dos responsáveis muitas vezes não se sentirem influenciadores desses desejos. Somente 13% entendem que eles próprios influenciam nesse aspecto. A maioria (45%) acredita que os amigos são os principais responsáveis pelas crianças quererem ter um celular:
Mesmo com vários estudos comprovando que o uso excessivo de smartphones pode ser prejudicial ao desenvolvimento das crianças, os números na frente das telas são altos. Na faixa dos 10 aos 12 anos, por exemplo, 32% dos pequenos usam o aparelho em média de quatro horas ou mais por dia, mesmo com 72% dos pais afirmando restringir a utilização.
Por outro lado, a tecnologia não precisa ser tratada como vilã. O uso responsável, com as ferramentas adequadas, levando em conta a maturidade da criança e a capacidade dos pais em gerir essa relação de maneira saudável, equilibrada e responsável, pode enriquecer o desenvolvimento das crianças, sem atrapalhar seu desenvolvimento social e suas experiências no mundo real.
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