Em fevereiro, o número de famílias endividadas cresceu 39,83% em relação às 1,982 milhão registradas no mesmo período de 2015, representando um aumento de 565 mil famílias com dívidas em São Paulo. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
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De acordo com a Entidade, o retorno do endividamento para a casa dos 50% em um ano sinaliza que a necessidade de consumo extrapolou a renda. Por isso, o consumidor recorre a financiamentos à medida que percebe que sua renda mensal já não é capaz de arcar com o seu nível de consumo. Além disso, nos últimos meses houve agravamento da situação econômica do País; os preços dos produtos essenciais permaneceram elevados; o crédito está escasso e os juros, altos; e, com o aumento do desemprego, orçamento do consumidor está cada vez mais pressionado.
A proporção de endividados permanece maior entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos (alta de 14,2 p.p. na comparação com fevereiro de 2015). Já nas famílias que recebem mais de dez salários, a parcela de endividados foi de 39,4%, 0,1 p.p. acima do registrado em janeiro e 6,6 p.p.superior ao valor de fevereiro do ano passado.
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Já em relação aos prazos das dívidas, a pesquisa revelou que 36,3% das famílias comprometeram sua renda por mais de um ano; 23,6% possuem débitos com prazos de até três meses; 19,6% das pessoas com dívidas de três a seis meses; e 18,2% entre seis meses e um ano.
Inadimplência
Em fevereiro, 17,1% das famílias paulistanas disseram estar com as contas em atraso, 6,3 pontos porcentuais superior no comparativo com o mesmo mês de 2015 (10,8%). Em números absolutos, o total de famílias com contas atrasadas atingiu 655 mil.
Entre as famílias com contas em atraso, 52,7% delas afirmaram ter débitos vencidos há mais de 90 dias; 24,7% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 19,4% atrasaram em até 30 dias o pagamento dos compromissos.
As contas em atraso estão mais presentes nas famílias com menor renda. Entre as que ganham até dez salários mínimos, 21,8% estão com contas atrasadas – alta de 8,6 p.p. na comparação com os 13,2% registrados em fevereiro de 2015.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, as famílias com menor renda sentem mais os efeitos da inflação e da alta de juros. Por serem mais sensíveis a qualquer imprevisto econômico, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e, muitas vezes, é a única forma de acessá-los. Com a crise, cresce a dificuldade de manter as contas em dia.
Já nas famílias que recebem mais de dez salários, apenas 6,3% delas contam com dívidas atrasadas – elevação de 1,3 p.p. em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em fevereiro, 6,5% das famílias acreditavam que não teriam condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês. No mesmo mês do ano passado, esse porcentual era de 4,5% – elevação de 2 pontos porcentuais. Em números absolutos, existem 247 mil famílias que estão nessa situação.
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