Apenas 20% dos consumidores americanos viram sua capacidade de consumo crescer em 2017 na comparação com 2007, o ano anterior à crise econômica mundial. Isso significa, na prática, uma diminuição da renda disponível para ser gasta com o varejo de produtos tradicionais. No geral, 80% dos americanos têm menos recursos para gastar em itens básicos, como vestuário.
Diante da estagnação da renda, os consumidores de menor poder aquisitivo viram o custo de vida subir. Gastos com cuidados de saúde aumentaram 62%, educação 41%, alimentos 17% e habitação 12%. As informações são dos relatórios da Deloitte, publicados pelo portal Chain Store Age. Isso significa uma diminuição da renda dos americanos voltada ao consumo.
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Além disso, por mais contraditório que possa parecer, o consumismo, algo que sempre empurrou para cima o varejo tradicional americano, tem direcionado ainda mais os gastos para outras instâncias. Telefones celulares e planos de internet, por exemplo, ocupam uma parcela maior dos gastos dos consumidores de menor renda.
Os consumidores de baixa renda gastam 3,6% de seus rendimentos em dispositivos e dados digitais. Enquanto isso, entre as pessoas de renda mais alta, os gastos com esse tipo de produto e serviço são de apenas 0,71% da renda. Ao mesmo tempo, o abismo de consumo entre os mais ricos e os mais pobres é expandido. Cerca de 10% dos consumidores de alta renda aumentaram gastos ao longo de 2017.
Fratura do varejo
Os relatórios da Deloitte apontam ainda uma mudança importante no varejo, e não está relacionada ao conflito entre on-line e analógico, mas a uma fratura do varejo que está diretamente relacionada ao poder de compra dos consumidores.
As receitas dos varejistas de alto nível cresceram 81% em cinco anos. No período, o crescimento foi 40 vezes maior que o registrado pelo chamado varejo equilibrado, que oferece preços variados em seu mix de produtos. Essa modalidade cresceu 2%, abaixo do PIB.
Resultado disso tem sido o aumento do varejo de baixo custo, que tem recebido os consumidores que perderam seu poder de compra. O crescimento nesse segmento foi de 37%, segundo os relatórios da Deloitte.
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