No Brasil, o déficit habitacional é um problema complexo e multifacetado. Essa deficiência diz respeito à falta de moradias adequadas para a população. Em 2022, pesquisadores identificaram que 6,2 milhões de domicílios se enquadram em situação de déficit habitacional. Ou seja, milhões de famílias enfrentam dificuldades para acessar uma moradia digna. Isso se dá ou pela escassez de moradias, ou porque a pessoa reside em condições precárias. Ou ainda porque os indivíduos precisam destinar uma parte significativa de sua renda ao pagamento do aluguel.
Em valores absolutos, os estados de São Paulo e Minas Gerais, que apresentam as maiores populações, estão em destaque. Nessas regiões, os déficits habitacionais estão na casa de 1,2 milhão e 556 mil moradias, respectivamente. A Fundação João Pinheiro divulgou tais dados em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. Importante lembrar que a Fundação João Pinheiro é a instituição responsável pelo cálculo do déficit habitacional no Brasil.
Na tentativa de reverter o déficit habitacional, existe o Minha Casa Minha Vida (MCMV). Em suma, o programa desempenha um papel crucial na promoção do acesso à habitação digna para famílias de baixa e média renda.
Ao oferecer subsídios e condições facilitadas de financiamento, o MCMV permite que milhares de brasileiros realizem o sonho da casa própria. Ademais, o programa fortalece a economia local. Prova disso é que a construção civil gera empregos e impulsiona o comércio em áreas onde novas moradias são erguidas. Através da construção de empreendimentos habitacionais, ele estimula o desenvolvimento infraestrutural, como abastecimento de água, saneamento e transporte, criando um impacto positivo na qualidade de vida das comunidades.
Déficit habitacional e MCMV
Quando o MCMV foi lançado, ele era destinado às famílias de menor renda. Mas, agora, o programa deu um passo importante e expandiu seus benefícios para a classe média. Desde o mês passado, então, os bancos começaram a disponibilizar a Faixa 4, uma nova categoria que atende famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
A Faixa 4 do MCMV foi aprovada pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esta nova categoria permitirá o financiamento de imóveis novos e usados com valor de até R$ 500 mil, apresentando juros de 10,5% ao ano e prazo de 420 parcelas mensais. Atualmente, as taxas de mercado para imóveis semelhantes variam entre 11,5% e 12% ao ano.
Para falar sobre a ampliação do MCMV e os benefícios para os consumidores, a Consumidor Moderno entrevistou Renée Silveira, diretora de incorporação da incorporadora Plano&Plano, tradicional construtora com foco no Minha Casa, Minha Vida.
Ampliação do Programa MCMV
Acompanhe na íntegra a entrevista.
Consumidor Moderno: De que maneira a ampliação do programa MCMV pode beneficiar as pessoas que anteriormente não eram atendidas?
Renée Silveira: O federal Minha Casa Minha Vida tem como meta primordial a redução do déficit habitacional e a assistência às pessoas na realização do sonho de uma moradia digna. O programa já beneficiou mais de 7,7 milhões de famílias. Com a recente atualização e a introdução de uma nova faixa de renda, o acesso ao programa será ainda mais ampliado, permitindo que mais famílias deixem o aluguel e concretizem a aquisição da casa própria.
Na Faixa 1, o limite de renda foi elevado para R$ 2.850,00, com taxas de juros anuais variando entre 4% e 4,5%. Na Faixa 2, além do aumento da renda máxima, é permitido que os beneficiários adquiram imóveis de até R$ 350 mil, igualando-se às condições da Faixa 3. Para as famílias de classe média, que possuem rendimentos entre R$ 8 mil e R$ 12 mil mensais, foi criada a Faixa 4, permitindo a aquisição de imóveis com valor de até R$ 500 mil, com financiamento de até 35 anos (420 meses) e juros de 10,5% ao ano.
Renda e juros no MCMV
CM: Qual é o objetivo dessa nova faixa?
Essa nova faixa visa atender um segmento que, apesar de ter uma renda um pouco superior, não conseguia adquirir um imóvel devido aos altos juros resultantes da Selic. Anteriormente, essas famílias conseguiam financiar apenas entre 50% e 70% do valor do imóvel, o que exigia uma entrada elevada. Com as novas condições, agora é possível financiar até 80% do valor com juros fixos e uma entrada mais acessível de 20%. Isso significa que a compra de um apartamento de R$ 500 mil, por exemplo, se tornou bastante viável. A expectativa do governo é que, apenas neste ano, aproximadamente 120 mil famílias sejam beneficiadas com essa alteração.
Os benefícios
CM: Na visão da Plano & Plano, quais são os principais benefícios da ampliação do programa MCMV para os cidadãos?
A aquisição da casa própria continua a ser um dos anseios mais expressivos dos brasileiros, e o MCMV tem sido um pilar fundamental nesse percurso. Um dos aspectos mais significativos dessas atualizações é a ampliação do público que pode ser atendido. Muitas pessoas que antes não se enquadravam nas regras agora têm a possibilidade de financiar seu imóvel de maneira mais acessível. Essa mudança é crucial em um país onde o déficit habitacional ainda supera 6 milhões de moradias.
Outro benefício relevante diz respeito à localização dos empreendimentos. O programa prioriza regiões com acesso a transporte, saúde, educação e saneamento básico. Em outras palavras, ele promove a aproximação das pessoas aos centros urbanos e melhora a qualidade de vida, uma vez que não é necessário despender horas para se deslocar de casa ao trabalho. Na Plano&Plano, temos muito orgulho de fazer parte desse processo. Contribuir para reduzir o déficit habitacional e, mais do que isso, transformar vidas por meio da moradia, é algo que nos motiva diariamente. Isso faz parte da nossa essência.
Valorização imobiliária
CM: Você acredita que a ampliação de faixa do MCMV pode impactar a classe média na aquisição da casa própria? Por outro lado, a valorização do mercado imobiliário pode influenciar a oferta de imóveis para classes sociais mais baixas? Como a Plano & Plano percebe essa situação?
Antes da introdução da Faixa 4, as pessoas com renda superior a R$ 8 mil contavam essencialmente com financiamentos tradicionais, utilizando recursos da poupança e enfrentando taxas que variavam entre 9% e 13% ao ano. Nos últimos anos, o cenário econômico – caracterizado por inflação em alta, oscilações na Selic e uma sequência de aumentos – impactou diretamente o poder de compra dessa parcela da população. Agora, com a nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, esse público agora tem acesso a crédito habitacional com condições mais vantajosas. Entre elas, destaque para taxas mais competitivas, entrada reduzida, prazos mais longos e maior segurança jurídica.
Ação e reação
CM: Quais serão os reflexos no mercado?
A criação da Faixa 4 terá reflexos no mercado nos próximos meses, com um aumento na oferta voltada a esse perfil, sem comprometer a produção voltada às demais faixas, que atendem a população com renda mais baixa. O setor imobiliário brasileiro é amplamente diversificado, com empresas atuando em diferentes segmentos – do econômico ao alto padrão. Para a Plano&Plano, a inclusão da nova faixa representa uma oportunidade adicional de expandir nosso portfólio e atender um número ainda maior de famílias. Atualmente, apenas 15% do nosso estoque está fora do programa, o que demonstra nossa capacidade de atender a todas as faixas de renda estipuladas no MCMV.
Selic e juros altos
CM: Você acredita que a criação da Faixa 4 apresenta uma oportunidade para atender a uma demanda existente na cidade de São Paulo que estava reprimida devido às altas da Selic?
Com certeza. A criação da Faixa 4 foi projetada para atender um público que, até então, estava em uma faixa de renda não contemplada pelo programa. Por outro lado, também estamos falando de pessoas que também enfrentavam dificuldades para acessar o financiamento tradicional – especialmente devido às altas taxas de juros e ao elevado valor de entrada. No município de São Paulo, essa demanda estava significativamente reprimida. A classe média não se adequava às faixas anteriores do MCMV e, ao mesmo tempo, não possuía poder aquisitivo suficiente para adquirir imóveis avaliados em R$ 500 mil, nas condições então disponíveis. Como é pouco provável que a Selic retorne aos níveis do período pandêmico, as novas condições da Faixa 4 constituem uma alternativa mais acessível.
Na Plano&Plano, inclusive, já estávamos bem atentos a essa situação. Tanto é que, entre 2023 e 2024, realizamos lançamentos direcionados a esse público em áreas estratégicas, como Campo Belo, Santo Amaro, Saúde e Limão. Agora, apresentamos a linha UNNI, que oferece empreendimentos com áreas de lazer completas, fachadas modernas, plantas mais amplas e vagas de garagem. Tanto os projetos anteriores quanto os da marca UNNI já incluem unidades que se enquadram na Faixa 4 do MCMV.
O futuro do setor
CM: Quais são suas expectativas em relação ao futuro do setor imobiliário após a implementação das mudanças no programa MCMV?
O mercado imobiliário já apresentava um ritmo positivo. E a expectativa é que, com as alterações no MCMV – especialmente com a criação da nova faixa – esse movimento se intensifique. Em suma, a tendência é que haja um aumento no número de lançamentos e que as vendas, especialmente no segmento de médio padrão, ganhem ainda mais impulso.
Ademais, é fundamental lembrar que essas atualizações visam um propósito social claro: reduzir o déficit habitacional e ampliar o acesso à casa própria para um número crescente de brasileiros.
Conquistando a casa própria
CM: De que maneira a Incorporadora Plano & Plano vem auxiliando o consumidor na conquista da casa própria por meio do programa MCMV?
A Plano&Plano é uma empresa que surgiu com o propósito firme de transformar a vida de diversas famílias brasileiras, oferecendo produtos de qualidade e disponibilizando itens de lazer e serviços para atender a cada necessidade. Primordialmente, porque mais do que construir, nós realizamos sonhos.
Como resultado, estamos profundamente comprometidos em proporcionar a melhor experiência ao longo da jornada de nossos clientes. E, por isso, elaboramos cartilhas educativas para esclarecer dúvidas sobre o programa federal e as documentações necessárias; além de disponibilizarmos um simulador em nossa plataforma Click!. Nela, o consumidor pode visualizar os produtos que se encaixam em seu orçamento e conferir as parcelas que irá pagar ao longo do financiamento. Ademais, criamos um jogo virtual, o Apê Grátis – A Missão, que apresenta de forma lúdica e divertida como é possível conquistar seu apartamento. O público ainda concorre a prêmios e a dois apartamentos gratuitos, acompanhados de vale-compras para a decoração. Portanto, o cliente que procura a Plano&Plano não apenas encontrará o apartamento, mas também receberá apoio em toda sua jornada, seja de forma virtual ou em nossas lojas.
Critérios para a compra
CM: Quais critérios os clientes devem observar para se qualificar no programa MCMV através da Incorporadora Plano & Plano?
De fato, para adquirir um imóvel através do MCMV, a pessoa deve ter uma renda familiar mensal dentro dos limites de cada faixa correspondente:
- Faixa 1 Urbano até R$ 2.850,00;
- Faixa 2 Urbano de R$ 2.850,01 até R$ 4.700,00;
- Faixa 3 Urbano de R$ 4.700,01 até R$ 8.600,00;
- e Faixa 4 de R$ 8.600,01 até R$ 12.000,00.
Ademais, é necessário apresentar algumas documentações que comprovem a capacidade de arcar com o financiamento. De acordo com as regras do programa, a pessoa também não deve possuir outro bem residencial em seu nome em qualquer parte do País, nem ter sido beneficiada anteriormente por programas habitacionais públicos. Claro que o imóvel deve ser utilizado para moradia própria.
Nesse ínterim, é relevante ressaltar que qualquer pessoa que buscar a Plano&Plano terá o suporte de um corretor de imóveis para esclarecer todas as dúvidas e encontrar um apartamento que se ajuste à faixa de renda.
Prêmio Consumidor Moderno 2025
A votação para as categorias especiais do Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente 2025 está aberta. Você pode definir quem serão os grandes nomes da edição. O CEO do Ano reconhece a liderança e a visão estratégica de executivos no topo. Por consequência, na categoria Hall da Fama, são homenageados os líderes com visão, estratégia e impacto positivo nas relações com clientes. Já o prêmio de Empresa do Ano valoriza as organizações que realmente fizeram a diferença na experiência do consumidor. Clique aqui e faça a sua escolha. A votação foi prorrogada até 16 de junho.
