os últimos anos, a preocupação dos consumidores e de investidores com a cadeia de produção das empresas cresceu consideravelmente. Para elas, já é comum ter de responder sobre a origem e o processo de manufatura – isso vale para as indústrias, mas também para o varejo. Por isso, diversas organizações passaram a exigir, dos fornecedores, o cumprimento de determinadas regras – algumas são mais exigentes; outras, mais maleáveis. Essa tendência vem acompanhada da demanda por um consumo de qualidade, mais saudável, mais acessível e, é claro, cercado de boas experiências. Fundado em Austin, no Texas, o Whole Foods Market é uma referência nesse sentido.
Por lá, as regras são bastante rígidas: caso não sejam cumpridas pelo fornecedor, os produtos não poderão ocupar as prateleiras da varejista. Os itens oferecidos nas lojas são naturais, saudáveis, orgânicos. E, ao contrário do que se pode imaginar, a variedade de marcas e produtos nas lojas é extraordinária e surpreendente. Não por acaso, o Whole Foods Market faz brilhar os olhos de consumidores que buscam uma vida saudável.
O brasileiro pode pensar – com razão! – que não há nada de novo em oferecer uma grande variedade de frutas, legumes, verduras, folhas etc. Afinal, para nós, é muito fácil encontrar produtos naturais por preços acessíveis e de alta qualidade. Mas isso não vale para os produtos saudáveis embalados, congelados, industrializados e/ou que exigem refrigeração, por exemplo.
No Brasil, esses produtos também existem, é claro. Entretanto, costumam ser mais caros do que os produtos menos saudáveis – portanto, não são tão acessíveis –, não estão disponíveis em tamanha variedade de marcas e opções e, principalmente, não estão concentrados em lojas grandes e com escala.
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Pequenos produtores no Whole Foods Market
Além do foco em saudabilidade, o Whole Foods Market abre espaço para pequenos e médios produtores locais – que também precisam cumprir as regras de qualidade. Há iniciativas que incentivam tanto esses fornecedores como diferentes grupos de comunidades em que a empresa está inserida. E será que esse modelo funcionaria no Brasil? Essa é uma questão que vem à mente quando se visita uma loja da marca e, na minha opinião, a resposta seria “sim”.
A preferência pelo consumo local e de menores empresas foi intensificada na pandemia, ao mesmo tempo em que o e-commerce ganhou a confiança de grande parte da população. Ambas as tendências se consolidaram. Prova disso é que, em 2021, o e-commerce brasileiro registrou faturamento de R$ 161 bilhões em 2021 – uma alta de 27% em relação a 2020 –, segundo a Neotrust.
Nesse cenário, de acordo com dados da Tray, unidade de e-commerce da Locaweb Company, 90% dos consumidores realizam compras de PMEs, enquanto 40% avaliam que essas empresas oferecem melhores preços e 30% acreditam que os produtos oferecidos por elas são de melhor qualidade. “O digital chegou para continuar mudando a vida dos consumidores, trazendo agilidade, praticidade e sendo crucial para expandir horizontes de negócios”, comenta Vinícius Guimarães, gerente-executivo de Marketing da Tray.
A relação dos brasileiros com pequenas e médias empresas
Ao mesmo tempo em que busca melhores preços e qualidade, o consumidor brasileiro também opta pela praticidade do ambiente digital
- 90% dos consumidores realizam compras de PMEs;
- 40% avaliam que PMEs oferecem melhores preços;
- 30% acreditam que os produtos oferecidos por elas são de melhor qualidade;
- Consumidores 30+ tendem a comprar em websites/lojas virtuais; o público de 18 a 29 anos utiliza mais aplicativos e redes sociais;
- 59% dos entrevistados preferem comprar on-line por ter mais praticidade;
- 54% optam pelo digital por facilitar a comparação dos preços;
- 53% preferem esse meio por causa da praticidade na entrega;
- Ao buscar produtos, 60% optam por acessar marketplaces;
- 43% dos consumidores que compram em PMEs priorizam esse tipo de empresa;
- Nos próximos meses, 80% dos consumidores pretendem comprar em PMEs.
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