O Walmart transformou uma loja de 15 mil metros quadrados em Long Island em um laboratório de inteligência artificial, o Intelligent Retail Lab. Na última semana, a rede reinaugurou sua loja, que agora está digitalizada para reduzir custos de controle do estoque e tornar a experiência de compra mais agradável. A loja é uma das mais movimentadas do Walmart e tem mais de 30 mil SKUs.
A unidade passa a contar com milhares de câmeras no teto que se comunicam com sensores nas prateleiras, como feito na Amazon Go. A diferença é que o Walmart não espera – pelo menos por enquanto, tirar os funcionários da loja.
“Nós gostamos de imaginar essa loja como uma fábrica de inteligência artificial, um lugar onde estamos construindo esses produtos e experiências e onde estamos testando e aprendendo”, disse à Associated Press Mike Hanrahan, CEO da Intelligent Lab Retail e co-fundador da Jet.com, startup comprada pelo Walmart há três anos.
Os funcionários não precisarão mais procurar, corredor por corredor, as gôndolas que carecem de abastecimento ou troca de produtos. As imagens e as informações dos sensores são levadas aos trabalhadores para que abasteçam os setores que estão desfalcados de mercadorias ou substituam itens que estejam extraviados. Segundo a Associated Press, a tecnologia é capaz de identificar pela cor as bananas que estão passadas e informar o funcionário para que ele a tire da gôndola, por exemplo.
O foco da tecnologia, no primeiro momento, será aprender e não realizar mudanças, já que os robôs precisam aprender a dinâmica dos eventos para apresentarem soluções. Isso depende de escala e tempo.
O papel da inteligência artificial na loja
1. Detectar o produto na prateleira
2. Reconhecer o produto específico (ou seja, decifrar as diferenças entre 1 quilo de carne moída e 2 quilos de carne moída)
3. Comparar as quantidades na prateleira com a demanda de vendas futura
Sam’s Club
O laboratório de varejo do Walmart em Long Island não é a primeira loja da rede a se transformada num hub de desenvolvimento de novas tecnologias. A primeira grande loja a passar por isso foi da rede Sam’s Club, que pertence ao Walmart. O laboratório testa recursos em torno do aplicativo Scan & Go da varejista. A ideia é desenvolver e aprimorar maneiras que permitam aos clientes digitalizarem itens enquanto compram via smartphones e abolir a frente de caixa.
Influência do on-line
O Walmart, conhecido nos Estados Unidos pelo seu preço acessível, perdeu um pouco da velha fama depois que o on-line entrou no jogo. A maior varejista do mundo precisa, agora, reduzir custos para poder fazer frente aos preços do on-line. Para isso, pretende dar escala a essas soluções de controle de estoque via inteligência artificial. A ideia é levar a solução para outras lojas nos próximos seis meses.
A rede está trabalhando também na integração das informações captadas on-line sobre a jornada de compra com as soluções do laboratório de varejo. “A tecnologia nos permite entender muito mais – em tempo real – sobre nossos negócios. Quando você combina todas as informações que estamos reunindo junto com os mais de 50 anos de experiência do Walmart na gestão de lojas, você pode criar experiências realmente poderosas que melhoram a vida de nossos clientes e associados ”, afirmou Hanrahan.