O volume de vendas do comércio varejista recuou 1% em julho na comparação anual, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, medida pelo IBGE e considerada pelo setor a pesquisa oficial. Comparando a junho, também houve queda de 0,5%, contabilizando a terceira queda consecutiva do indicador, que acumula perda de 2,3% no período. Houve, no entanto, altas nos acumulados do ano (2,3%) e de 12 meses (3,2%).
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
No comparativo mensal, cinco das oito atividades varejistas pesquisadas tiveram queda, com destaque para os móveis e eletrodomésticos (4,8%), conforme mostrou a reportagem exclusiva da revista NOVAREJO na última edição, artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%) e tecidos, vestuário e calçados (1%). Por outro lado, três setores tiveram leve alta: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,7%), combustíveis e lubrificantes (0,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).
Varejo ampliado
Incluind a venda de materiais de construção e de veículos e peças, o varejo teve queda de junho para julho de 0,4%, resultado influenciado pelo desempenho negativo das vendas de veículos, motos e peças (0,8%) e material de construção (2,7%). Nos outros tipos de comparação, no entanto, o varejo ampliado registrou alta: 3%, na comparação com julho do ano passado, 5,4%, no acumulado do ano, e 6,5%, no acumulado de 12 meses.
Receita nominal
A receita nominal do varejo avançou 0,2%, na comparação com junho deste ano, 0,2%, na média móvel trimestral, 2,9%, na comparação com julho de 2017, 3,9%, no acumulado do ano e 3,5%, no acumulado de 12 meses.
Já a receita nominal do varejo ampliado recuou 0,6%, na comparação com junho deste ano e 0,3%, na média móvel trimestral, mas cresceu 5,9%, na comparação com julho de 2017, 6,5%, no acumulado do ano e 6,3%, no acumulado de 12 meses.
Avaliação da ACSP
Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a queda de 1% no varejo restrito nacional, em julho, frente a igual mês do ano passado foi inesperada e se deve principalmente a três fatores: liberação do saque do FGTS em 2017 (que fortaleceu a base de comparação); confiança do consumidor em patamares muito baixos; e incertezas eleitorais. ”
“O ritmo de crescimento do comércio varejista está perdendo força em 2018, tanto o restrito quanto o ampliado, o que possivelmente faça com que o setor feche o ano em patamar abaixo do estimado inicialmente”, analisa Emílio Alfieri, economista da ACSP.
“O efeito dos juros está perdendo força, visto que, a essa altura, no ano passado, a taxa Selic já estava abaixo dos dois dígitos, em 9,25%. A eficácia dessa medida monetária, portanto, já não é mais tão grande. O único fator macroeconômico mais favorável é a massa salarial, que tem crescido, mas não a ponto de eliminar os fatores negativos”, avalia o economista.
Quanto a móveis e eletrodomésticos (6,9%), área que vinha crescendo bastante, Alfieri diz que é outra grande surpresa, pois o ramo vinha ajudando a puxar as vendas para cima. “Provavelmente a saída prematura do Brasil da Copa do Mundo deva ter esfriado as vendas de TV”, conclui.
(Com Agência Brasil)