Com cara de menino, Ralph Peticov, de 41 anos, é formado em cinema pela School of Visual Arts, em Nova York, e em gamificação pela Universidade da Pensilvânia. Já trabalhou no mercado publicitário e passou uma década da sua vida na consultoria Mandalah. Hoje, comanda o Hack Town, um festival de inovação e criatividade inspirado no South by Southwest (SXSW) em Austin, no Texas. A próxima edição do evento acontece em setembro em Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
Você se considera um hacker?
Eu me esforço para desmistificar a palavra hacker. Ao contrário do que muitos pensam, hackers são pessoas que têm a capacidade melhorar as coisas. Eu mesmo sou um hacker de cidades, um hacker social
Qual o conceito de trendhacker?
É quem consegue enxergar tendências e compreender como elas são aplicadas. Não basta olhar só para dados. É preciso avaliar a questão comportamental. Caso contrário, os dados não fazem sentido.
Um evento?
O South by Southwest (SXSW) foi muito marcante. Foi lá que conheci um dos meus sócios. Juntos, investimos, em 2014, no HackTown, um evento baseado em capitalismo consciente. Chegamos a receber 2.500 pessoas.
Um inibidor da inovação?
A área de Recursos Humanos. Ela tem métricas ultrapassadas e aversão ao risco. Se eu fosse um candidato a uma vaga, por exemplo, nunca me contratariam porque não tenho um currículo padrão.
Um mantra?
Nada é tão bom que não possa ser melhorado.
Qual a definição de capitalismo consciente?
Imagine tudo o que há de bom no capitalismo. Agora, pense em tudo o que há de bom no socialismo. Esses pontos positivos são preceitos que você coloca na sua vida e por meio dos quais colabora com toda a sociedade. Exemplos: contratar pessoas que moram perto do trabalho, adquirir produtos locais e dar voz aos funcionários. E não basta colocar uma caixinha de sugestões: é preciso ouvir o que é dito.
Uma inspiração?
Aaron Hillel Swartz, um programador que criou, por exemplo, o Reddit. Seu diferencial foi a visão política. Ele queria mudar o mundo e, justamente por não ter conseguido, cometeu suicídio.
A empresa do futuro?
Vá ao espelho e veja a empresa do futuro. Ela será feita de nós mesmos – cada vez mais centrados, fazendo o que gostamos e o que buscamos.