O varejo brasileiro vive, de fato, os dois lados de uma mesma moeda. De acordo o SpendingPulse, indicador de varejo da Mastercard, as vendas no varejo retraíram 2,3% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Por outro lado, o resultado do e-commerce não apenas foi superior na comparação com o ano anterior. Na verdade, foi o mais expressivo crescimento desde 2014.
De acordo com o relatório, a retração do varejo não inclui os setores de automóveis, materiais de construção e restaurantes. Mas há uma boa notícia. O SpendingPulse indica que os gastos estão aumentando: considerando os últimos três meses, as vendas caíram 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no quarto semestre de 2016, a queda foi maior: 4,6%.
Sobre o desempenho das regiões brasileiras, o Sudeste (1,3%) teve desempenho acima da média, enquanto Norte (–3,3%), Nordeste (–4,0%), Sul (–4,5%) e Centro-Oeste (3,3%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Resultado do e-commerce
Já o e-commerce continua a ter destaque e teve o mais expressivo crescimento desde fevereiro de 2014. O relatório apontou um aumento de 26,7% em comparação a fevereiro do ano passado. Esse é o oitavo mês consecutivo de ganhos no setor. Considerando os últimos três meses, as vendas do canal cresceram 19,3% comparadas ao ano passado – e acima dos indicadores do quarto trimestre de 2016.
O estudo ainda observou os diferentes setores do varejo. Em fevereiro, cinco deles tiveram desempenho acima da média nas vendas totais: supermercados, produtos farmacêuticos, materiais de construção, combustíveis e artigos de uso pessoal e doméstico. Por outro lado, móveis e eletrônicos, vestuário e também restaurantes, o mais recente setor incluso no indicador, não apresentaram o mesmo desempenho. Entre os setores de vendas online, eletrônicos e móveis tiveram forte desempenho. Já vestuário, hobbies & livraria e produtos farmacêuticos ficaram abaixo do crescimento do e-commerce.
“O ambiente econômico permanece desafiador, mostrando um panorama de desemprego crescente, o que impacta negativamente a massa salarial. Mesmo com esse cenário, é importante pontuar que a confiança do consumidor teve um importante crescimento em fevereiro, comparada a janeiro de 2017”, afirma Kamalesh Rao, Diretor de Pesquisa Econômica da Mastercard Advisors. “Nesse cenário, há a probabilidade de haver uma retomada gradual do varejo durante os próximos meses”, acrescenta Rao.
