O faturamento real do comércio varejista no Estado de São Paulo manteve sua trajetória de queda em agosto e recuou 9,3% em relação ao mesmo mês de 2014, totalizando R$ 43 bilhões. O resultado ficou R$ 4,4 bilhões abaixo do alcançado em agosto do ano passado.
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Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
No acumulado do ano, o varejo paulista já aponta queda de 4,7%, com tendência de agravamento do quadro nos próximos meses. Segundo a FecomercioSP, pelo segundo mês consecutivo, as 16 regiões do Estado apresentaram queda geral nas vendas, o que aponta novamente para o agravamento do processo recessivo do varejo paulista. Nenhuma delas conseguiu evitar retração, sendo que, em oito delas, as vendas recuaram acima da média do Estado.
Para a assessoria econômica da Entidade, esse resultado revela as dimensões da gravidade do atual ciclo negativo do comércio paulista, considerando que se deu na comparação com agosto de 2014, quando o recuo havia sido de 9,9%, a pior queda anual desde janeiro de 2014, quando a série histórica da variação das vendas foi iniciada. O recuo de agosto de 2015 é o segundo maior da história do indicador.
Lojas de departamento sentiram mais
Das noves atividades analisadas, sete apresentaram retração em agosto – em seis delas, o recuo foi de dois dígitos. Os destaques negativos ficaram por conta dos setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-25,4%); de materiais de construção (-18,3%) e de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-20%), que, juntos, contribuíram com -5,9 pontos porcentuais para o resultado geral.
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Reforçando o padrão que marca o varejo ao longo de 2015, apenas os segmentos ligados aos produtos de primeira necessidade apresentaram crescimento em agosto: supermercados (3,1%) e farmácias e perfumarias (1,8%), que, somados, colaboraram para reduzir a taxa de queda geral do varejo em apenas um ponto porcentual.
Expectativa de queda ainda maior
Para a FecomercioSP, considerando os indicadores de crédito, de confiança e nível de produção já disponíveis, as estimativas apontam para uma queda de vendas ainda mais aguda em setembro – ao redor de 13% diante do mesmo mês de 2014.
Já para o fechamento do ano, os resultados crescentemente negativos apurados até o momento sinalizam uma retração nas vendas reais de 8% em relação ao mesmo mês de 2014, o que se constituiria no pior desempenho da série histórica da PCCV.
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