Nos últimos meses, as pessoas passaram por uma mudança brusca na rotina. O isolamento social e o home office transformaram a casa em escritório, local de lazer e de descanso – e isso influenciou diretamente nos hábitos alimentares. Análises do NutriNet Brasil, estudo sobre alimentação realizado pela USP, mostraram aumento no consumo de alimentos ultraprocessados em algumas regiões. Por outro lado, a frequência no consumo de frutas, hortaliças e feijão também aumentou.
Com todas as mudanças de rotina, a nutricionista Gabriela Cilla alerta que manter uma alimentação saudável pode melhorar o desempenho no trabalho e em outras atividades do dia a dia. “Uma boa alimentação, em quantidades adequadas, contribui para o raciocínio e a concentração. Por exemplo, alimentos que aumentam o pico glicêmico ou que causam sonolência diminuem esses processos e influenciam negativamente no desempenho diário. Já os que trazem saciedade e possuem questões biológicas voltadas para o raciocínio são altamente recomendados”, afirma.
O cardápio ideal
Além dos alimentos que vão compor o cardápio, é preciso pensar na regularidade da alimentação. Muitas pessoas em home office relatam que, por não existir mais a hora do almoço em equipe ou a conversa para um cafézinho, acabam esquecendo de comer – o que não é saudável.
“É interessante que se tenha uma alimentação, em média, de três em três horas. Quando a pessoa mantém uma alimentação com duas a três horas e meia de intervalo, a questão energética se torna mais eficaz e a fadiga diminui”, explica Gabriela.
Mas, para que os benefícios sejam percebidos, os alimentos precisam ser adequados. A nutricionista cita alguns que devem estar no cardápio de quem deseja ter um bom desempenho no trabalho.
- Fontes de origem de Ômega 3: nozes e peixes são ótimas opções para a alimentação do dia a dia. Isso porque o Ômega 3 presente nesses alimentos favorece a comunicação entre os neurônios, melhorando a concentração, memória e aprendizado de maneira geral.
- Vitaminas do complexo B: podem ser encontradas em leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) e nas oleaginosas (castanhas, amêndoas). Além de melhorar a comunicação dos neurônios, esses alimentos são fonte de energia.
- Ovo: presente na gema do ovo, a colina é uma substância importante para a produção de células nervosas, ou seja, influencia diretamente na memória e na cognição.
- Carboidratos: de maneira geral, os carboidratos de origem integral são melhores por diminuírem o tempo de absorção e aumentarem a questão da saciedade. Além disso, são importantes fontes de energia que não causam picos de glicemia, evitando problemas como a sonolência.
- Cafeína: café, chá verde, chá mate, pó de guaraná e gengibre são alguns dos alimentos que possuem cafeína, substância que combate a fadiga mental e deixa a pessoa mais alerta.
- Chocolate amargo 70%: para adocicar um pouco o dia a dia, o chocolate amargo pode entrar na dieta. Ele possui cafeína e libera a endorfina, que pode ajudar a diminuir a questão do estresse associada ao trabalho.
Na lista dos alimentos para serem evitados durante o período de trabalho, Gabriella cita os gordurosos, que demandam muito energia na digestão; farinhas e açúcares refinados, que causam picos glicêmicos e, em seguida, causam fadiga e fome; e refrigerantes.
Para um resultado melhor, é importante procurar um nutricionista, que fará a elaboração de um cardápio personalizado.
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