A proposta do governo de retomar a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), anunciada nesta segunda-feira (14/09), foi mal recebida pelo varejo. Em um momento em que se esperava o corte de gastos, a ideia do governo de ampliar suas receitas não caiu bem.
?O aumento de impostos não vai resolver o problema, porque irá drenar dinheiro das empresas e consumidores, agravar a recessão a afetar negativamente a arrecadação?, acredita Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Segundo as entidades, repetir o que foi feito no passado não vai fazer o País avançar. ?A experiência da criação da CPMF provisória não foi boa. Esse não é o caminho?, analisa Burti. Para a ACSP e a Fapesp, os cortes de gastos precisam ser acompanhados de mais eficiência no uso dos recursos públicos.
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) foi mais radical, afirmando que a proposta de retorno da CPMF é um disparate. “A classe média já carrega um grande fardo tributário e a CPMF é um grande retrocesso para o País. Além disso, a alíquota de 0,2% pode agravar ainda mais o quadro inflacionário”, afirma Honório Pinheiro, presidente da entidade.
O varejo não está sozinho nas críticas. Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o pacote de medidas anunciado pelo governo não ataca os desequilíbrios fiscais que vêm reduzindo a confiança das empresas e das famílias do País. “O Brasil gasta mais do que arrecada há anos e cria impostos para cobrir o buraco. Não há mais espaço para aumentos”, afirma Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.
Leia mais:
ACSP se mobiliza contra aumento de impostos