A deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo tem influenciado diretamente para o baixo desempenho do varejo. Neste início de ano, o IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) de janeiro fechou com queda real de 8,56%, em comparação com o mesmo mês de 2015 e já descontada a inflação, o pior resultado desde o monitoramento da série, em outubro de 2007. O IAV-IDV é medido mensalmente pelos associados do IDV e divulgado 30 dias antes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE.
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Para fevereiro, os associados indicam a continuidade da retração, com queda de 3,06%. Já para março a expectativa é de crescimento real de 1,3%, puxado pelas empresas de bens não duráveis, que projetam uma venda maior em março devido a Páscoa. Vale ressaltar que este feriado, no ano passado, foi comemorado em abril. De acordo com o IAV-IDV, para abril a projeção também é de queda de 0,7%, sempre em comparação com o mesmo período de 2015.
O setor de bens duráveis obteve o pior resultado, em janeiro o segmento teve queda real de 10,5% já descontada a inflação. Tal comportamento pode ser atribuído ainda pela baixa confiança dos consumidores e desafios no cenário de crédito. A projeção dos associados desse segmento para os próximos meses também é de decrescimento: 1,1% em fevereiro, 2,8% em março e 2,6% em abril.
Já os associados do setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentaram queda real de 8,6% em janeiro. A expectativa para os próximos meses, em relação ao mesmo período do ano anterior, é de mais resultados negativos para o setor, com quedas de 4% em fevereiro, 1,6% em março e 0,2% em abril.
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O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice e perfumaria, apresentou queda de 7,5% das vendas realizadas em janeiro. Os associados deste segmento também projetam queda de 3,7% em fevereiro e altas de 10% em março, devido ao ferido de Páscoa, e 1,8% em abril.
?O IAV-IDV é importante porque consegue antecipar entre 30 e 40 dias a tendência do resultado da PMC. No último dia 16 foi divulgado o resultado anual do varejo restrito, que apontou decrescimento de 4,3%. Já o IAV-IDV fechou em 2015 com queda de 3,9%?, comentou em nota a presidente do IDV, Luiza Helena Trajano.
Os indicadores macroeconômicos que possuem forte correlação com o varejo apontaram resultados negativos nos últimos meses, como, por exemplo, a inflação, que fechou 2015 muito acima da meta estabelecida; o nível de desemprego, que alcança patamares iguais aos de 2011; a contínua desaceleração da massa salarial; encarecimento e restrição na concessão do crédito e recorde de baixa na confiança do consumidor, indicador considerado um dos principais influenciadores para o baixo resultado do varejo.
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