O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o desempenho do varejo de julho e os resultados seguiram o movimento de queda apresentado nos últimos meses. No mês, a queda foi de 1% – o pior desempenho para o mês desde 2000.
?A combinação perfeita entre inflação elevada, juros recordes e confiança do consumidor nos pisos históricos tem marcado o ano de 2015 como o de pior desempenho do setor varejista em mais de uma década?, disse, em nota Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Não à toa, a confederação revisou para baixo a estimativa de desempenho do setor para este ano, que deve ser de queda de 6,7%. Considerando o varejo restrito, sem considerar os segmentos de veículos e de materiais de construção, a retração deve ser de 2,9% nas vendas.
De acordo com Alencar Burti, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o quadro é difícil e deve ser ainda pior em 2016.
“A partir do ano que vem, com o esperado declínio da inflação e consequente redução dos juros, esperamos um cenário mais favorável, mitigando as quedas desse ano. Porém, tudo isso depende da eficácia do ajuste fiscal – que, aliás, deve ser feito sem a volta da CPMF, que mal ressuscitou e já teve sua alíquota aumentada. O governo precisa cortar mais seus gastos. Esse é o segredo”, completou.
Para ele, o comércio deve continuar fazendo promoções, liquidações e ofertas em geral que sejam acessíveis ao consumidor.
Leia mais
Varejo brasileiro recua 3,5% em julho