No Brasil, o número de pessoas em insegurança alimentar moderada, quando há dificuldade para conseguir o alimento, ultrapassou a marca de 70 milhões em 2022, de acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)”, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Além disso, o estudo mostrou que 21,1 milhões de pessoas no país estavam em insegurança alimentar grave, caracterizado por estado de fome. Nesse cenário, a Unilever criou o programa “Unidos Pela Comida“, com o objetivo de doar alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade.
Pandemia e desperdício de alimentos motivaram o surgimento o “Unidos pela Comida”
Durante a pandemia de Covid-19, foi percebido por funcionários da Unilever que uma grande quantidade de alimentos era desperdiçada no Brasil. Por outro lado, milhares de pessoas estavam em insegurança alimentar. Nesse cenário, surgiu a ideia de criar o “Unidos pela Comida”.
Através da marca Hellmann’s e em parceria com a filantech Infineat, a iniciativa já redirecionou mais de uma tonelada de alimentos da indústria e do varejo, que seriam jogados fora, e os direcionou mais de 1,5 milhão de refeições que foram distribuídas às famílias em situação de vulnerabilidade alimentar. De acordo com Carolina Riotto, diretora de Marketing de Hellmann’s Brasil, são alimentos que estão em perfeito estado de consumo, mas que seriam desperdiçados por estarem próximos da data de vencimento.
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“Quando está próximo da data de vencimento, esses alimentos perdem o valor comercial. É difícil o supermercado aceitar algo faltando dois meses para vencer, porque ele tem toda a cadeia antes de vender. São alimentos em perfeito estado para consumo, mas com baixo valor comercial pela dinâmica do varejo. Nós doamos esses alimentos para ONGs de transformação”, explica a executiva.
A equipe de voluntários da Hellmann’s é responsável por prospectar empresas parceiras, como indústrias alimentícias, supermercados, distribuidores, além de coordenar o uso de imagem e marca para quem adere ao projeto. Nessas parcerias, também são aproveitados alimentos que estão em boa condição de consumo, mas que seriam retirados da venda. Os colaboradores da empresa são treinados para separar esses alimentos, enquanto a Infineat coleta e leva para as cozinhas de transformação.
Através do “Unidos pela Comida, a Unilever ainda apoia o Instituto Baccarelli, organização sem fins lucrativos, que está dentro da favela de Heliópolis, em São Paulo, para que ele pudesse atender a população local. Foi reformado todo o prédio da ONG, e transformado em um grande refeitório. Inaugurado em agosto, o projeto tem como meta servir três refeições diárias para os alunos do Instituto Baccarelli em período de aulas. Serão 300 cafés da manhã e tarde, e 100 almoços. Além disso, serão entregues mais de 750 marmitas completas para as famílias atendidas.
Foi feita ainda uma parceria com a iniciativa Gastronomia Periférica, que realiza a capacitação de homens e mulheres, com aulas gastronômicas durante seis meses, para que sejam inseridos no mercado de trabalho como chefs de gastronomia. As aulas de culinária acontecem dentro do Instituto Baccarelli, ao mesmo tempo que o Bacarelli conta com 1200 alunos de musicalização infantil. Ou seja, enquanto essas crianças têm aula de música no contraturno da escola, os pais aprendem uma nova profissão. De acordo com Carolina Riotto, essa é uma forma de garantir a longevidade do projeto, bem como gerar emprego e criar condições para que as pessoas possam ter a própria renda.
Atualmente, as ONGs que são beneficiadas pelo “Unidos pela Comida” estão em cinco estados no Brasil. A Infineat é responsável pela tarefa de implementação da sua solução de gestão de desperdício alimentar para cada novo parceiro do projeto, gerindo o processo do dia a dia, com apoio jurídico, consultoria e treinamentos, logística profissionalizada e unificada de doação de alimentos, relacionamento com as ONGs parceiras, além da captação, análise e mensuração de todos os dados sobre as coletas e entregas.
“Cada ONG opera de uma forma diferente. Algumas recebem, preparam os alimentos e doam para as pessoas que estão em situação de rua, ou com alguma instituição pré-definida. Outras recebem os alimentos, organizam e distribuem através de sacolas, como se fossem cestas básicas. São diferentes ONGs por esses cinco estados. O objetivo é ampliar ainda mais o programa no próximo ano e ter muito mais desses projetos como esse”, finaliza Riotto.