O turismo do pós-pandemia no Brasil está em ritmo de expansão. Passadas as restrições dos últimos anos, grupos de pessoas que, até 2020, não tinham o hábito de viajar agora estão mais dispostos a fazer as malas: uma pesquisa da Offerwise encomendada pelo Google mostra que o número de pessoas que querem viajar cresceu 10% em relação ao período pré-pandemia. E os viajante de 2023 têm um novo perfil, majoritariamente das gerações Z e Baby Boomers, das classes C, D e E e, em sua maioria, moradoras das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
A pesquisa entrevistou 1 mil brasileiros a partir de 18 anos, que são viajantes habituais ou pretendem viajar neste ano. Além disso, a análise também recebeu o complemento de insights coletados a partir das pesquisas feitas por brasileiros na busca do Google no Brasil.
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Mais jovens e mais diversos
O aumento do interesse em viagens é puxado por brasileiros que, há três anos, não tinham o hábito de viajar, mas alimentaram essa vontade durante a pandemia e, neste ano, planejam pegar a estrada (+14%). A maior parte desse público é composta pela Geração Z (28%), faixa etária que representa uma fração bem menor entre o grupo de viajantes habituais (15%). Os maiores de 65 anos — representados principalmente pela geração dos Baby Boomers — também se destacam: 7% dos novos viajantes são dessa faixa etária que, por outro lado, representa apenas 3% dos turistas recorrentes.
No recorte socioeconômico, o estudo revela a importância das classes C, D e E no reaquecimento do turismo brasileiro. Quatro em cada cinco novos viajantes (82%) pertencem a esses grupos. Entre os viajantes recorrentes, as pessoas com esse perfil socioeconômico compõem menos da metade (41%). Boa parte dos novos turistas são moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
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Menos mochileiros, mais destinos nacionais
Ao mesmo tempo em que um público de novos viajantes desponta no pós-pandemia, o número de mochileiros habituais que planejam viajar neste ano caiu 4% comparado a 2019. Essa queda, porém, é compensada por uma maior disposição entre os remanescentes desse grupo: 79% dos que pretendem viajar querem fazer com mais frequência do que antes da pandemia. A frequência das viagens em família também deve crescer, em especial aquelas compostas por crianças de até 12 anos.
Comparando os destinos de maior desejo pré e pós-pandemia, o estudo aponta uma tendência de interesse pelo Nordeste brasileiro, que teve um crescimento de 9 pontos percentuais em relação a 2019; resorts e hotéis fazendas, com um crescimentos de 6 pontos; cidades brasileiras com ecoturismo e países da Europa (+4 pontos percentuais), e Ásia, África ou Oceania, com uma alta de 3 pontos percentuais em relação ao último ano antes da pandemia da Covid-19.
“A perda de poder aquisitivo e o aumento de custos fez com que alguns viajantes habituais pré-pandemia deixassem de viajar daqui pra frente”, afirma Aline Prado, líder de insights para o segmento de Viagens no Google Brasil. “Por outro lado, a vontade de explorar novos lugares após o confinamento imposto pela pandemia criou uma nova oportunidade para empresas do setor, com uma demanda superior aos níveis pré-pandemia.”
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Buscas por hospedagem disparam
O Google também apresentou outras tendências do turismo com base em dados de busca na plataforma. O brasileiro saiu da pandemia mais preocupado com a hospedagem. O número de consultas por hotéis no Google quase dobrou (+97%) no Brasil no período de janeiro e fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019.
Neste contexto, as buscas apontam tendências como o maior cuidado com a localização – as pesquisas por ‘bem localizado’ já cresceram 238% neste ano em relação a 2022 – e decisões mais impulsivas – consultas por ‘hotéis perto de mim’ cresceram 412% no mesmo período. Na contramão, o interesse por aluguéis de alta temporada e Airbnb estão menores do que em 2019.
A análise dos dados de busca revela ainda que o brasileiro está à procura de viagens mais curtas e a distâncias menores. Nos primeiros meses de 2023, as consultas por viagens de 3 dias cresceram 130% em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo período, também cresceram 156% as buscas por rotas de até 250 km — por outro lado, rotas com mais de 3.500 km caíram 77%.
Distâncias curtas levam a uma maior procura por transportes terrestres. Isso é comprovado pelo aumento das pesquisas por viagens de ônibus (+26%) e aluguéis de carros (+44%), na comparação com 2019. Por outro lado, as pesquisas por passagens aéreas, apesar de registrarem queda de 3% no período analisado, estão chegando aos mesmos patamares do período pré-pandemia pela primeira vez.
“As viagens terrestres são a bola da vez”, afirma Débora Bonazzi, head de negócios para o segmento de Viagens do Google Brasil. “Mais do que mostrar que a demanda por viagens está aquecida no Brasil, os dados deixam claro que há uma oportunidade de diversificação de negócios para as empresas do setor”, destaca.
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