Janeiro é um bom mês para procurar emprego? É a hora de mudar de carreira? Como melhorar o currículo para atrair a atenção dos contratantes? Muita gente orbita entre essas dúvidas e acaba paralisado, sem saber como dar os próximos passos da carreira e o que fazer na busca de emprego.
O impacto que as relações profissionais sofreram por causa da Covid-19 é mais um fator a ser considerado nesse cenário: “Sobre a pandemia e seu reflexo no mercado de trabalho, é preciso considerar as muitas mudanças. Alguns profissionais perderam seus empregos, mas outras oportunidades e novos formatos de trabalho surgiram”, diz Raquel Cristina Michel, instrutora do curso Técnico em RH do Senac EAD. “Acredito que a pandemia nos desacomodou, nos mostrou ser possível fazer diferente”, diz ela.
Já para José Tortato, gerente de negócio do BNE – Banco Nacional de Empregos, um dos sites de currículo mais usados no Brasil e que já atua há 20 anos como interface entre profissionais e empresas -, janeiro é a melhor hora para buscar algo novo: “Segundo o banco de dados do BNE, é um dos meses de pico em movimentação de vagas, candidaturas, busca de currículos e procura por emprego”, afirma ele.
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Se você está no grupo de pessoas que buscam novas oportunidades ou quer chacoalhar sua vida profissional, acompanhe essa lista. Planejamento e bons insights são fundamentais nesta hora.
Comece já em janeiro
“Na busca por emprego, não há data certa para começar a procurar, pois a oportunidade pode estar em qualquer momento e lugar”, diz Raquel Cristina Michel, especialista do Senac EAD. Já Tortato mostra que, antes da pandemia, janeiro era um dos meses essenciais para esse tipo de movimentação: “Para se ter uma ideia, em 2019 ele foi o terceiro mês com mais pesquisas por vagas. Foram mais de 16 mil pesquisas realizadas em nossa plataforma”, reforça.
Mudo de área, sim ou não?
“Com o mês de janeiro geralmente vem o desejo de mudança e um sentimento de renovação, algumas pessoas escolhem este momento em virtude disso, mas a possibilidade de mudança de emprego existe a todo o momento. Deve-se estar aberto ou aberta para as oportunidades que surgem (estágios, programas de trainee, entre outros)”, adianta Raquel.
Mudar de área, inclusive, pode ser uma saída para quem não está trabalhando porque foi demitido ou precisou ficar em casa por conta da pandemia: “Muitas pessoas tiveram que sair dos trabalhos por conta dos cuidados com os filhos em casa e ainda não conseguem procurar novas oportunidades devido a falta de previsão da normalidade escolar, por exemplo”, relembra Tortato.
Melhore seu currículo
Para os especialistas, o currículo tem que ser simples e objetivo. “Pode-se melhorar um currículo deixando-o mais enxuto e direto, mas ainda com aparência profissional”, garante Raquel Cristina. Para ela, a dica de ouro aqui é “inserir todas as informações importantes sem fazer grandes acréscimos”. Já na visão de Tortato, “os currículos também precisam ter informações precisas, visto que os recrutadores não gastam muito tempo lendo todos eles”, afirma.
Erros mais comuns
“Por incrível que pareça, as pessoas distribuem currículo ou o cadastram com informações antigas, bem como trazendo e-mail e números de contato errados. Isso torna impossível a comunicação por parte do contratante”, diz José Tortato. Ele também ressalta como comum os erros de português na descrição dos CVs: “Erros de português e de digitação podem ser fatais. É importante que o candidato revise muito bem a ortografia do documento”, diz.
Na visão de Raquel Cristina Michel, instrutora do Senac EAD, vai mal quem peca pela falta de objetivo e de compreensão dos requisitos da vaga: “Currículos muito extensos, até com as informações inverídicas, também são um erro”, afirma.
Valores em alta na contratação
Como dica final, Raquel Cristina relembra algumas características bastante valorizadas pelas empresas nesses tempos de pandemia: “Os RHs buscam pessoas com boa habilidade de relacionamento interpessoal, além de abertura para mudanças, capacidade de liderança global, visão de mercado, coragem para assumir riscos”, diz ela, que menciona também proatividade, resiliência e empatia, elementos que têm tudo a ver com o atual momento em que vivemos.
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