Por Bruno Busquet, presidente da agência Tupiniq,in e presidente do POPAI Brasil
A atual situação do mercado, que está cada vez mais competitivo, tem feito com que varejistas e indústria busquem encontrar alternativas que sejam capazes de fomentar as vendas. Nesse sentido, a adoção de estratégias de marketing diferenciadas, que tenham como ponto central as ferramentas digitais, tem sido a forma mais usual de permitir que as ações no ponto-de-venda (PDV) ganhem vida.
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Esse movimento também faz sentido em um momento em que o consumo é algo que acontece cada vez menos por impulso e transforma-se mais em um exercício de propósito para o consumidor, o que demanda a união da experiência de quem vende com a força e o valor (moralmente falando) de quem produz. Isso é praticamente o mesmo que dizer que o sucesso comercial passa, obrigatoriamente, por ações que suportam as lojas, os seus vendedores e a consequente melhora do conhecimento sobre produtos e serviços ofertados. Mas, na prática, do que é que estamos falando quando pensamos no trade digital?
É preciso muita atenção porque o show pirotécnico que vivenciamos atualmente não pode ser entendido como trade digital. Implementar, por exemplo, apenas um espaço para a vivência de realidade aumentada não é o mesmo do que usar de inteligência para investir em um recurso de inovação que gere, por um lado, experiência ao consumidor e, por outro, dados e informações relevantes para o gestor do negócio. É essa conexão mais complexa que precisa ser buscada: o desafio da tecnologia é trabalhar para que o PDV consiga estabelecer o seu propósito para fazer com que o consumidor compre mais e melhor.
Ou seja, se é evidente a necessidade de se conhecer detalhadamente a jornada de consumo do shopper, na medida em que ela traz recorrência, é fundamental não apenas falar sobre as ferramentas que geram integração entre o mundo físico e o online, mas também entender como é que as ações promocionais passam a ganhar dinamismo, saindo da posição estática que as promoções, por exemplo, sempre tiveram.
A convergência da tecnologia levou vida para o varejo. O ser humano é sinestésico e precisa do contato humano ao mesmo tempo em que transformou seus hábitos de desejo e de consumo em função da conectividade virtual. Quem tiver esse entendimento e conseguir aliar tecnologia e emoção sai na frente. Por isso, o marketing precisa estar atento a todo esse movimento e ter inteligência e agilidade para utilizar o digital e as disciplinas do live marketing aplicadas nesse contexto a seu favor.
Temos uma cadeia: não podemos deixar de lado o fato de que o marketing cria a demanda para o trade, que por sua vez realiza toda uma análise conjuntural para conseguir informações consistentes a fim de estabelecer quais as ferramentas que servirão para atrair o consumidor. Toda essa realidade está sendo modificada. Na dinâmica da conectividade e das suas possibilidades, consumidor, varejo e branding estão integrados continuamente.
A tecnologia ajuda a individualizar a jornada. A ciência de dados permite entender qual o momento em que o consumo acontece, de que maneira. E isso propicia ações de marca mais inteligentes e eficientes, que abracem todos os pontos de contato e que estimulem o engajamento (seja no físico ou no online). Por isso, podemos dizer que trazê-la para as operações humanas é a própria síntese do trade digital.
Técnicas como geolocalização, Business Intelligence (BI) e customização contribuem para tornar a experiência o mais agradável possível frente às muitas distrações que se apresentam ao redor do consumidor. Para garantir que as novas gerações se envolvam no mundo do consumo, nessa era digital, tudo isso é fundamental.
A realidade hoje é da compreensão dos micros momentos, pois o consumidor é omnichannel. E eles acontecem com a sua marca, a todo momento, queira você ou não, presencialmente ou na tela do celular. Cabe a você embarcar na transformação digital para dar vida ao seu negócio nesse jogo acirrado do mundo empresarial do consumo.