Mais do que nunca, executivos de todos os segmentos de negócio, em praticamente todos os mercados, estão à procura de um farol. Como diferenciar sinais de ruídos em um período de tamanha incerteza e não repleto de mudanças bruscas como o atual? No varejo, que pelas próprias características sente as mudanças em tempo real, tomar decisões nesse ambiente é um fator de extrema pressão. Nesse sentido, vale a pena prestar atenção em conteúdos e insights que possam mostrar os fatores críticos de sucesso para orientar estratégias e execução.
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NA NRF 2022, que Consumidor Moderno acompanha em parceria com a Varejo 180, Kate Ancketill, CEO da GDR Creative Intelligence, compartilhou insights inspiradores dos varejistas mais resilientes do mundo. Analisando os fatores de sucesso comuns por trás desses modelos de negócios bem-sucedidos, Kate procurou apontar os aspectos e práticas o que realmente vão orientar os negócios de varejo.
E um dos pontos debatidos foi como as mudanças demográficas sennsíveis estão reconfigurando o mapa de consumo. Em 2030, os Alfas e a Geração Z serão mais de 50% da população mundial. Nesse sentido, o que significa ser ominichannel hoje em dia? É o momento de pensar nas plataformas de comunicação que essas gerações usam, entender que para esses jovens certos conceitos de gerações anteriores perderam o sentido. Essas novas gerações não vivem e não viverão em termos binários na definição cultural de gênero. Eles optam por consumir de forma não-linear, normalmente um tanto caótica, acolhendo dark stores, meios de pagamento não-convencionais (criptomoedas!), usando redes sociais e até mesmo o TikTok como formas de consumo e escolha. Da mesma forma, o apelo do novo, do inédito e do exclusivo perde sentido. Tudo pode ser reusado, reaproveitado e recombinado. É uma revolução que já está aqui.
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Assim, vale a pena olhar com atenção para o comércio no metaverso/criptoverso. A loja física, para acompanhar essa forma não-linear de comércio, suporta uma distribbuição além da física, isto é, capaz de operar nos ambientes de metaverso? Podemos falar de metadistribuição?
Novamente, o e-commerce está sendo pressionado e vai pressionar os negócios a se anteciparem. A recompensa imediata é agora um impositivo para a compras on-line, porque faz parte da formação desses jovens, a partir da cultura dos games. As soluções de última milha para assegurar compras com entrega instantânea serão essenciais para atender um consumidor impaciente e que pensa na satisfação imediata.
Com isso, essa opção e imposição da última milha, da instantaneidade, vai potencializar o uso de robôs nos sistemas de distribuição e logística. Os mercados e cadeias de valor vão se conectar velozmente. O novo panorama do varejo está baseado em proporcionar a satisfação imediata e instantânea do pós-consumidor, radicalizado pela forma com que as gerações Alfa e Z encaram e vão continuar praticando o consumo.
Por isso, as lojas, cada vez mais, assumem um papel de extensões do espaço privado. A diluição das fronteiras entre casa e comércio está próxima. Kate Ancketill destaca que vivemos a era do Alt-Commerce, baseado em marketplaces que vendem sortimentos inimagináveis, gamificação do processo de consumo distintos (live commerce), avatarizando os clientes/para estimular ofertas. A especialista citou vários exemplos como Taobao, Finesse, Loanhood que ousaram na criação de outras formas de comércio que colocam a gamificação no processo de consumo, juntamente com colaboração e entretenimento serial.
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Comércio omnicanal e o metaverso
O metaverso é o novo pilar do comércio omnicanal? A especialista afirma que esse conceito significa descentralizar ambientes digitais para recriar novas experiencias digitais. Um paisagem que inclui Fortnite, Roblox, RTFKT (estúdio que cria produtos incrivelmente exclusivos digitais e que podem ser comercializados a preços absurdamente elevados), e os mundos das criptomoedas. Para Ada, um metamarketplace de luxo já está em operação. Os avatares vão ser enfatizados, mas nada disso fará sentido sem versões monetárias específicas. Outro exemplo relevante citado durante o painel foi como a geração Z na Coreia do Sul, já gasta mais dinheiro em NFTs do que na compra de roupas. Não por acaso, a Dolce & Gabana já lançou sua coleção de moda baseada em NFTs. E o que dizer da loja do Carrefour no Fortnite?
Sim, estamos diante de um cenário completamente imprevisto, acelerado por circunstâncias que não controlamos e que vão abalar completamente o varejo como o conhecemos. Não se trata mais de pensar em omnicanalidade, mas na formação de um sistema de gestão de experiências, que combine e se desdobre por lojas físicas, virtuais e no metaverso. “As coisas estão acontecendo rapidamente, as forças criativas estão pensando em criar modelos e produtos primeiramente para a experiência digital e depois aplicar ao mundo físico. O número de consumidores está se multiplicando. Não importa quem você é como consumidor, mas quais são as suas identidades digitais e avatares. Isso não é mais coisa de games, mas de uma nova forma de viver”, finaliza a especialista. Um novo paradigma que vai rapidamente influenciar a forma pela qual negócios são modelados e integrados fisicamente e digitalmente.
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