Nelson Wolosker, livre-docente e doutor em cirurgia vascular e endovascular pela Universidade de São Paulo e vice-presidente do Hospital Albert Einstein, abordou sobre como a tecnologia na área da saúde é capaz de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, durante o Seminário LIDE SAÚDE.
Para ele, a tecnologia faz parte não só da medicina, mas do cotidiano das pessoas. ?São aplicativos, microchips e também robôs que se tornaram uma realidade, capazes de ajudar desde uma cirurgia até ao retorno da locomoção de um paciente?, afirma. ?Querendo ou não querendo a tecnologia está aí e existe um mercado gigantesco para o investimento, com o objetivo de atuar cada vez mais nas fases iniciais do tratamento, em prol sempre da cura?, falou o especialista.
?Hoje em dia temos a smart health, com o acesso móvel de todos, tanto de crianças quanto jovens, adultos e idosos. A tecnologia está aí, não podemos ignorá-la. Precisamos saber utilizá-la da melhor forma?, complementou João Doria, presidente do LIDE ? Grupo de Líderes Empresariais.
Custos
Porém, os custos da saúde ? que incluem tanto cura quanto essas mudanças de hábitos – são altos e, se continuarmos tratando este tema tão essencial como temos feito hoje no Brasil, em 2060 será inviável a saúde no País. ?O consumo de saúde vai crescer 40% nos próximos cinco anos e precisamos encontrar uma saída para a redução de custos e aumento de investimentos?, disse.
Big Data
A solução está em desenvolver o big data, termo que define o prontuário eletrônico. Com isso é possível desenvolver uma interatividade entre o médico e o paciente, sendo que o beneficiado fica com a base de todos os seus dados. Isso exige uma disciplina e uma nova forma de relação. Com isso, a saúde se torna um dever do próprio cidadão, ela deixa de ser terceirizada como foi feita até agora. ?É preciso um entendimento pleno da população que o prontuário eletrônico é um documento que registra de forma real os seus dados. A sociedade como um todo está tendo uma visão equivocada do acesso às informações, afinal qualidade depende do acesso. Isso não é questão de EBITDA, de favorecimento à nenhuma empresa, mas uma busca por melhores resultados em prol de todos?, disse Claudio Lottenber, presidente do Hospital Albert Einstein e do LIDE Saúde.
A telemedicina é outra opção, pois ela não só melhora a qualidade de vida dos indivíduos, mas ela também proporciona o acesso à distancia e a capacidade de outros médicos acessarem as informações. ?É aí que entra a importância de um cenário de inovação para que aconteça um novo retrato da situação dos nossos indivíduos?.
Quando se trata sobre a democratização do acesso da população com essas novas tecnologias, Wolosker explica que, além da existência do hospital público do Hospital Albert Einstein localizado no M? Boi Mirim, em São Paulo, que atende pelo SUS e tem suporte da unidade no Morumbi, está sendo aberta uma segunda unidade municipal em Santa Marina, localizada no bairro Jabaquara, também na capital paulistana, onde terá, por exemplo, um vascular de plantão (profissional que não há no M ?Boi Mirim).
Um indivíduo que precisa perder peso, por exemplo, pode ter controle diário com o uso de aplicativos. ?Importante destacar que é preciso um acompanhamento mensal de um especialista e que o paciente se torna, assim, um coautor de suas escolhas?, disse Claudio Lottenberg.
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