A rede de cafeterias Starbucks anunciou a ampliação dos benefícios aos seus funcionários transgêneros, após a recém-deflagrada polêmica racial envolvendo clientes negros, como forma de inclusão a minorias. Os planos de saúde da gigante varejista já ofereciam cirurgia de redesignação de gênero, desde 2012. Na segunda-feira, a varejista disse que agora também oferece cobertura para uma série de procedimentos que antes eram considerados estéticos e, portanto, não cobertos, como redução de mama ou cirurgia de aumento, feminização facial, entre outras.
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“A abordagem foi conduzida não apenas pelo desejo da empresa de fornecer cobertura verdadeiramente inclusiva e por conversas com trabalhadores transgêneros sobre como esses benefícios permitiriam que eles realmente fossem quem são”, disse Ron Crawford, vice-presidente de benefícios da Starbucks ao portal especializado Chain Storage.
Para desenvolver os novos benefícios, Crawford e Alyssa Brock, diretora de benefícios da Starbucks, entraram no ano passado para a Associação Profissional Mundial para Saúde Transgênera (WPATH, na sigla em inglês). A Starbucks foi a primeira empresa do mundo a pedir à WPATH para ajudar a adequar seus padrões a uma nova política de benefícios médicos, disse Jamison Green, ex-presidente da WPATH, que trabalhou conjuntamente com a empresa no pacote de benefícios, segundo o Chain Storage.
“A Starbucks não teve medo de fazer todas as perguntas certas e exigir que as pessoas recebam o melhor atendimento possível”, disse Green. “Nós produzimos uma lista dos benefícios mais cruciais e aqueles que são considerados problemáticos para as companhias de seguros, como feminização facial e eletrólise”.
O caso de racismo
Há um mês, a rede de cafeterias Starbucks fechou por um dia a operação de 8000 lojas próprias nos Estados Unidos para treinar mais de 175 mil empregados sobre o tratamento racial e toda a questão de preconceito. O motivo foi a polêmica envolvendo dois clientes negros, que foram vítimas de racismo, em uma loja no estado de Filadélfia, por um funcionário da empresa, em abril. Na ocasião, eles acabaram sendo presos temporariamente.
Um gerente do Starbucks, em uma loja na Filadélfia, chamou a polícia minutos depois que dois homens negros chegaram e entraram na unidade, esperando um amigo que usava o banheiro dentro da loja. Eles não chegaram a consumir nenhum produto e o gerente da unidade se irritou quando eles recusaram um pedido para que se retirassem do estabelecimento. A polícia foi chamada e Rashon Nelson e Donte Robinson saíram algemados do local. Eles ficaram detidos por cerca de oito horas.
“A situação é repreensível e não representa a missão e os valores duradouros da nossa empresa”, afirma Schultz. O gerente foi demitido após o caso e o Starbucks fez um pedido de desculpas formal aos clientes, responsabilizando-se a fazer um treinamento de antidiscriminação”, disse a empresa em nota.