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Síndrome de Impostora? Geração Z têm medo de não corresponder às expectativas

Síndrome de Impostora? Geração Z têm medo de não corresponder às expectativas

A Síndrome da Impostora é o tema da pesquisa desenvolvida pela Lancôme em parceria com a Ipsos, que mostrou que 60% das jovens da GenZ têm receio de não corresponder às expectativas quando é elogiada

A Síndrome de Impostora é um dos principais fatores que afetam diretamente a autoestima e a capacidade de realização das mulheres brasilebiras, principalmente para as da Geração Z. Uma pesquisa realizada pela Lancôme em parceria com a Ipsos entrevistou 500 mulheres brasileiras, de diferentes idades e vários lugares do país durante a primeira quinzena de março. Metade delas afirmou que já deletou um post depois de publicar, pois se arrependeu e se achou feia ou pouco interessante.

O resultado mostra que, especialmente a Geração Z, mulheres já adultas, mas que nasceram a partir da última metade da década de 90, apresenta sentimentos de impostora ainda mais intensos. Para as nativas digitais é três vezes mais do que para as Millenials. Quando comparado com a Geração X, de nascidos entre 1960 e 1979, o desconforto é 5 vezes maior entre as mais jovens.

Na etapa qualitativa da pesquisa, ficou evidente que a maioria das mulheres enxergam o “ser mulher” como dois lados da moeda:

  • um lado positivo e de orgulho, com aspectos valorizados como: tenho liberdade de opinião, posso escolher minha carreira, posso conquistar meus sonhos;
  • e um lado dolorido, de medo, exemplificado em pontos como: casos de feminicídio e a impunidade, não sou respeitada, não sou valorizada, salários incompatíveis aos homens. Esse lado obscuro é o ‘manto’ da síndrome da impostora, avalia a pesquisa.

“Queremos comprovar que é urgente e extremamente necessário termos um olhar gentil e empoderador para essa causa, assim como também podemos ser agentes transformadores. É essencial que cada vez mais possamos olhar para as mulheres do nosso dia a dia e entendermos que todas elas são fortes e ídolas. Venerar, idolatrar, endeusar. Usamos essas palavras para nos referirmos a quem está no palco, nos holofotes. Esquecemos de olhar para o lado – e para dentro -, pelo fato de não nos acharmos dignas de tal título. O fato é que inspiramos e somos inspiradas por ídolas da vida real – ainda que em segredo”, comenta Marcela Campos D’Ávila, diretora de Lancôme no Brasil.

O que é a Síndrome de Impostora

A falta de confiança de pessoas bem-sucedidas no mérito de seu próprio sucesso foi batizada como síndrome de impostora na década de 1970 por pesquisadoras norte-americanas, após analisarem os sentimentos de mais de 150 mulheres e perceberem a disparidade entre suas realizações e percepção de si mesma.

Apesar de não ser uma síndrome com diagnóstico preciso, está ligada a sintomas clínicos percebidos pelas pesquisadoras, como ansiedade, falta de confiança, depressão e frustração.

De acordo com a literatura sobre o tema, a síndrome vem muitas vezes alinhada com uma alta frequência de stress e ansiedade, o que também foi encontrado na pesquisa, em que 73% da Geração Z afirmou que se sente estressada/ansiosa ‘sempre’ ou ‘a maior parte do tempo’, índice superior ao das demais gerações: 59% para Millenials e 37% para a Geração X.

Essa análise se deu através do uso do teste de Clance, criado em 1978 pelas pesquisadoras Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade Estadual da Geórgia, nos EUA, as primeiras a cunhar o termo “Síndrome de Impostora“.

“Contrariando realizações acadêmicas e profissionais, mulheres que apresentam o fenômeno do impostor insistem em acreditar que elas não são boas o suficiente e que apenas enganam quem pensa o contrário”, afirmam as autoras na publicação.

É importante lembrar que, apesar de não ser classificada como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Síndrome de Impostora é uma desordem psicológica, que afeta principalmente mulheres, caracterizada por pensamentos que reforçam a perda de confiança em si e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido e sim fruto da sorte ou do acaso.

O que as mulheres admiram:

  • 85% das mulheres brasileiras admiram mulheres que têm autonomia
  • É nítida a busca por inspiração nas redes sociais. E as mulheres inspiradoras que as mulheres “comuns” identificam nestas redes e que criam esse espaço que legitima a autonomia da mulher brasileira possuem traços em comum: determinadas, possuem conhecimento, batalham e rompem barreiras, superam adversidades, são espontâneas, fogem do padrão.
  • As influenciadoras digitais carregam associação com ser empreendedora e empoderada.
  • Alguns exemplos citados na pesquisa da Lancôme foram: Camila Coutinho, Virgínia Fonseca, Karen Bachini. Celebridades de maior destaque nacional ou global também se destacam, mas muito pela atitude, história de vida e construção de autonomia – um caminho próprio, diferente do que a sociedade espera delas – do que pela beleza. Nesse caso, Anitta é o grande destaque.
  • 85% das mulheres brasileiras admiram mulheres que priorizam sua saúde, tanto física quanto mental.
  • E não são só as trajetórias de mulheres mais bem sucedidas ou “distantes” que inspiram as mulheres “comuns”. Também estão no ciclo de inspiração e admiração as microinfluenciadoras, com poucos seguidores, e que falam da vida real.
  • É justo nessa mistura de jornadas e referências – da mais bem sucedida à mais próxima delas – que a mulher brasileira busca encontrar o antídoto para a Síndrome de Impostora, que insiste em minar a confiança das mulheres. Ao se inspirar em mulheres de todos os tipos, em todas as áreas, elas se sentem mais confortáveis e validadas em trilhar seus próprios caminhos, sem se preocupar tanto com o que a sociedade espera delas.

Geração Z é mais inibida em se expor em posts

  • 47% da Geração Z deixa de postar conteúdo por não achar relevante o suficiente.
  • Isso mostra uma nova e importante faceta da Síndrome de Impostora: a digital. Quase 1/3 (29%) se identificou com a afirmação “Sinto que o que posto não é relevante o suficiente quando vejo o conteúdo de influencers famosas”, com um percentual superior para a geração Z, 39%.

Como explica Jacques Meir, CKO do Grupo Padrão, “a geração Z normalmente dá mais peso aos comentários das redes e sim, enxerga a construção de capital social como um fato da vida. Um nativo digital não vê diferença entre a vida na tela e a vida física. Enxerga como uma coisa só, é phygital por essência e por mindset. Então, o que ele estranha é quando alguma mobilização se desfaz ou não “acontece” no ambiente digital. Isso pode levar a frustração e a ressentimento”.

  • A constante exposição a fotos digitalmente modificadas tem um impacto na autoimagem das mulheres que acessam mídias sociais: 44% acreditam ser inatingível a imagem de mulher bem-sucedida projetada nas mídias sociais (número que sobe para 57% na faixa das mulheres mais jovens).

• Na investigação qualitativa, 8 das 12 mulheres afirmam que preferem acompanhar outras pessoas a postar sobre si mesmas nas redes sociais. Para a maioria que prefere não postar, isso se dá pelo receio de exposição e para evitar julgamentos. Ao se retirarem do lugar de criadoras de conteúdo, as mulheres que se consideram “comuns” se colocam somente no lugar de espectadoras nas redes sociais.

  • 59% da geração z tem medo de não corresponder a expectativas futuras quando são elogiadas.
  • Assumir o papel de espectadora em uma mídia social onde o intuito é a troca de exposição é deixar aflorar a Síndrome de impostora. Metade das mulheres afirmaram que já deletaram um post (foto, vídeo, stories) depois de postar, pois se arrependeram, acharam o post (ou a si mesma) feia ou pouco interessante.
  • Metade das entrevistadas na etapa qualitativa também afirmaram que usam filtros (do Instagram, Tik Tok) que suavizam imperfeições do rosto ou as deixam mais parecidas com um rosto padrão (ou com retoques profissionais de foto), ao postar algum conteúdo.
  • E não é só no mundo digital que as mulheres se sentem mais impostoras. Se no início da constatação da Síndrome, em 1978, essa discrepância entre realidade e autoavaliação feminina estava restrita ao mundo do trabalho (ou assim se pensava), atualmente há muitas outras áreas da vida da mulher que são impactadas por sentimentos de inadequação.


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