Dois anos depois do início da pandemia, o e-commerce segue fortalecido. Só no mês de maio, o comércio eletrônico registrou 2,14 bilhões de acesso, com um crescimento mensal de 4,2%, conforme aponta a última edição do Relatório Setores do E-commerce no Brasil, produzido pela agência Conversion. Mas, para além do aumento mensal, surpreende também que, dos 10 maiores players do mercado, cinco sejam do setor de importados — com evidente liderança da Shopee, seguida pela AliExpress e a SHEIN.
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A já gigante varejista asiática Shopee, de fato, tem conquistado o coração dos brasileiros com baixos preços e produtos que não são tão facilmente encontrados por aqui. Com um aplicativo interativo, que funciona para além da compra a venda, a corporação tem dominado o mercado brasileiro — com vendedores de PMEs que encontraram nesse espaço um bom canal de vendas.
Mas a questão que fica é: o que a Shopee tem de tão diferente para ter liderado, mais uma vez, as vendas no e-commerce do País?
Um aplicativo interativo para além das vendas
Ainda segundo o relatório da Conversion, quando considerados apenas os acessos por aplicativos, a Shopee teve mais de 125 milhões de acessos somente no mês de maio. O número é expressivo e desbanca até mesmo alguns dos mais tradicionais e-commerces brasileiros, a ver pelo Mercado Livre que, no mesmo período, teve cerca de 74 milhões de acessos — uma quantidade 40,8% menor que a concorrente singapurense. No mesmo estudo, a gigante Magazine Luiza aparece em 7º lugar, atrás das concorrentes Mercado Livre, AliExpress, Amazon e Americanas.
Um dos motivos para essa diferença tão expressiva, vale destacar, é a forma como o aplicativo da marca interage com o usuário. Para além da compra e da venda, a Shopee oferece uma série de outras atividades, como jogos — com recompensas que garantem descontos dentro da plataforma —, cupons exclusivos e “escondidos”, algoritmos inteligentes que rastreiam os itens pesquisados, assim como personalização nas promoções.
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E não para por aí: para atrair um público mais imediatista, a plataforma constantemente tem as “ofertas relâmpago”, que determinam promoções por uma quantidade limitada de tempo. Aliada a elas, todo mês a Shopee também realiza um dia de promoções expressivas, feitas no dia de número igual ao do mês (1/01, 2/02, 3/03 e subsequentes).
Para Diego Ivo, fundador e CEO da Conversion, o sucesso da marca se deve ao foco no ticket baixo. “A Shopee conseguiu identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo, criou muito senso de urgência com suas promoções e construiu uma verdadeira experiência de busca de achados, que faz com que as pessoas queiram passar cada vez mais tempo dentro do site e do app”, avalia.
A comunicação da Shopee nas redes sociais,
com enfoque no TikTok
@carolinacorrea55 Repostando pq dava pra ler meu endereço no outro video 🥲 #shopeecheck #shopeefinds #shopee #tiktokmademebuyit #tiktokmademedoit #foipraforyou? #parasuapagina ♬ Monkeys Spinning Monkeys – Kevin MacLeod & Kevin The Monkey
Esse crescimento dos e-commerces asiáticos, no entanto, não vem de hoje. Dados do Relatório Setores do E-commerce no Brasil mostram que, nos últimos 12 meses, o varejo eletrônico da China e de Singapura apresentaram aumento de 61,4% por aqui. A Shopee, sozinha, registrou crescimento de 74,2% no número de acessos.
E ainda que o aplicativo tenha atrativos, um ponto de destaque dessa plataforma é o engajamento por meio das redes sociais, em especial no TikTok, por meio da hashtag “AchadosDaShopee” ou “ShopeeCheck”. Na rede, boa parte dos usuários faz vídeos mostrando as compras na plataforma, com produtos inovadores, bem como seu preço e formas de conseguir cupons de desconto.
Outras redes, como o Instagram, WhatsApp e Twitter, também tem um apelo com a marca, mas de forma menos intensa que a rede de vídeos chinesa. E vale destacar que a divulgação dos produtos na plataforma é, de fato, espontânea: ainda que existem influenciadores e embaixadores da Shopee, os usuários em geral fazem vídeos espontâneos sobre seus “achados” no aplicativo.
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